Número de empresas aumentou mas o de trabalhadores caiu
O número de empresas não financeiras aumentou 2,7% entre 2006 e 2012, mas o volume de negócios e o número de trabalhadores recuou no mesmo período, segundo dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal (BdP).
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Economia Em 2012
O estudo "Estrutura e Dinâmica das Sociedades Não Financeiras em Portugal 2006-2012", hoje divulgado pelo banco central, incidiu sobre o setor das sociedades não financeiras, excetuando-se as sociedades gestoras de participações sociais, num total de 378 mil empresas em 2012, mais 2,7% do que em 2006.
No entanto, apesar de o número de empresas ter crescido neste período, o número total de trabalhadores decresceu 3,4% e o volume de negócios gerado também recuou 3,9% em 2012 face a 2006.
Numa análise por dimensão, o setor das empresas não financeiras "é largamente dominado por microempresas (89% em 2012)", sendo que as grandes empresas, que representavam 0,3% do total, detinham 29% dos trabalhadores de todo o setor e 45% do volume de negócios global.
Face a 2006, o contributo das grandes empresas aumentou em 2012: em relação ao volume de negócios, este contributo cresceu 4,7 pontos percentuais e 3,4 pontos percentuais no número de pessoas.
Em relação ao tipo de atividade económica, predominaram em 2012 as atividades ligadas aos serviços (47%), seguindo-se o comércio (27%). Por oposição, as atividades da agricultura e pescas (3%) e da eletricidade e gás (0,5%) são as que têm menos empresas.
Comparando com 2006, o peso das empresas dos serviços aumentou 3,9 pontos percentuais, mas registaram-se quedas nos setores da construção (-1,7 pontos percentuais), comércio (-1,5 pontos percentuais) e indústria (-1,3 pontos percentuais).
"Em 2012, as microempresas foram dominantes em todos os setores de atividade económica, tendo o seu peso variado entre 70% na Indústria e 93% nos Outros Serviços. Em contrapartida, as PME [Pequenas e Médias Empresas] perderam relevância em todas as atividades económicas", segundo o relatório do Banco de Portugal.
Quanto ao número de pessoas ao serviço, as PME concentravam 44% do emprego em 2012, as grandes empresas detinham 29% e as microempresas os restantes 27%.
Nos anos considerados, registou-se uma diminuição da dimensão média das empresas em cerca de 6%, sendo que esta diminuição se verificou tanto no número de trabalhadores como no volume de negócios.
Considerando a localização geográfica das empresas, em 2012, Lisboa e Porto continuaram a ser os distritos mais relevantes do setor, concentrando 46% do total das empresas, 54% do número de trabalhadores e 59% do volume de negócios.
Ainda assim, entre 2006 e 2012, o número de empresas cresceu nos distritos do Porto e de Braga (0,6 pontos percentuais), mas caiu nos de Lisboa e Setúbal (0,8 e 0,2 pontos percentuais, respetivamente).
O estudo do banco central traça também o quadro das empresas com elevado crescimento, sendo consideradas as empresas que têm uma taxa de crescimento média anual superior a 20% em três anos consecutivos. A variável utilizada para o cálculo desta taxa foi o volume de negócios.
Em 2012, estas empresas representavam 3% do total das empresas não financeiras, uma proporção que tem vindo a diminuir desde 2006.
"Esta evolução mostra que a parcela de empresas que consegue atingir crescimento elevado tem sido cada vez menor, provavelmente em resultado do agravamento da situação económica em Portugal", refere o banco central.
De acordo com a instituição liderada por Carlos Costa, em 2006, cerca de 45% das empresas estavam nesta situação, uma proporção que subiu para os 64% em 2012.
"Na realidade, desde 2009 que a maior parte das empresas do universo potencial de empresas de elevado crescimento apresenta decréscimos do volume de negócios", lê-se no estudo, que considera, no entanto, que estas empresas têm um papel "particularmente importante" na criação de emprego.
Segundo os números do banco central, o número de trabalhadores nestas empresas "aumentou sempre acima de 57% em qualquer um dos períodos analisados, enquanto no agregado das sociedades não financeiras o crescimento tem sido negativo".
Em 2012, por exemplo, cerca de 66% das empresas com elevado crescimento aumentaram o número de trabalhadores face a 2009, sendo que 21% manteve o número de pessoas e 13% diminuiu.
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