Governo acusado de mascarar dívida pública
Os partidos da oposição e vários economistas, ouvidos pelo Diário Económico, convergem na ideia de que o Governo está a usar o Fundo de Estabilização da Segurança Social (FEFSS) não para reforçar a comprar de dívida pública mas sim para “mascarar” os números da dívida.
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Economia Oposição
Há cerca de três semanas, relembra o Diário Económico, o Governo terá dado indicações à gestão do FEFSS para reforçar a comprar dívida pública, até ao máximo de 90% da sua carteira. Contudo, esta acção não foi bem recebida pelos partidos da oposição mais à esquerda, bem como pelos economistas consultados pelo jornal.
“É uma maneira de reduzir a dívida pública de forma artificial”, comentou o socialista João Galamba. No mesmo sentido, o comunista Honório Novo acusa o Governo de “mais uma vez o Governo procurar esconder a realidade das consequências da política da troika”, enquanto o bloquista Pedro Filipe Soares refere que a indicação dada pelo Executivo ao FEFSS “é um recurso contabilístico”.
Ao Diário Económico, alguns economistas explicam que quando o FEFSS compra dívida pública é ao mesmo tempo activo e passivo, ou seja, activo do Fundo e passivo do Estado. “O Governo anda a fazer contorcionismo financeiro, malabarismo com o fogo”, salienta o professor catedrático da Universidade de Coimbra, José Reis. “Tem a mão direita do Estado a dizer que tem muito dinheiro porque a mão esquerda lhe deve dinheiro”, reforça Miguel Gouveia, professor na Universidade Católica.
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