"Aumentos salariais" têm de garantir "visão de sustentabilidade" do BCP

O presidente do BCP disse hoje que quando toma decisões sobre aumentos salariais tem de pensar na sustentabilidade do banco no futuro e que ninguém mais que a sua equipa quer pagar melhor aos trabalhadores.

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Lusa
15/05/2024 20:54 ‧ 15/05/2024 por Lusa

Economia

BCP

Hoje na conferência de imprensa de apresentação dos resultados do primeiro trimestre (lucros de 234,3 milhões de euros), Miguel Maya foi questionado sobre as negociações salariais no BCP - o banco propõe 2,25% e os sindicatos rejeitam - , afirmando que não aceita "discutir na praça pública temas salariais" e que apenas o faz à mesa das negociações com os sindicatos.

O gestor disse, contudo, ter "muitas dúvidas que tenham feito nos últimos anos os aumentos salariais que o BCP fez ao longo dos últimos anos" e que os cortes salariais que os trabalhadores do BCP tiveram no passado, num momento difícil do banco, foram compensados pela atual administração antes de começar a pagar dividendos aos acionistas.

Maya considerou ainda que não se pode falar em aumentos salariais justificando com os lucros recorde de 2023 (856 milhões de euros), pois estes resultados são de um ano, ao passo que o aumento salarial permanece todos os anos enquanto o trabalhador estiver no banco e que têm de ter em conta a sustentabilidade da instituição.

"Não há ninguém no Banco Comercial Português nem em nenhum sindicato que tenha vontade de remunerar mais os colaboradores que os seis membros da Comissão Executiva, podem ter igual. Agora, a nossa preocupação é ter visão de sustentabilidade, não é pensar o dia de hoje e amanhã vê-se. Quando estamos a tomar decisões vemos o banco hoje, o banco no futuro, os riscos, as consequências", afirmou.

A última proposta do BCP para aumentos salariais em 2024 é de 2,25%, um valor rejeitado pelos sindicatos. Aliás, os sindicatos também rejeitam as outras propostas existentes no setor por considerarem muito baixas face ao aumento do custo de vida e aos lucros da banca (a proposta dos bancos que subscrevem o Acordo Coletivo de Trabalho do setor é de 2,5% e a proposta da Caixa Geral de Depósitos é de 3,4%).

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) anunciou uma manifestação para dia 22 de maio, durante a assembleia-geral do Millennium BCP, para reivindicar um "aumento salarial justo". Disse ainda que está disponível para uma greve geral dos sindicatos bancários de até três dias se outros sindicatos concordarem.

No final de março, o BCP tinha 6.269 trabalhadores em Portugal.

Leia Também: BCP defende fim da "carga de impostos extraordinários" sobre bancos

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