"O tema da competitividade fiscal é relevante" pois se Portugal quiser ser "mais próspero tem de ter empresas com capacidade de se capitalizarem", disse na conferência de imprensa de apresentação dos resultados do primeiro trimestre (lucros de 234,3 milhões de euros), no Tagus Park, Oeiras, quando questionado sobre como a redução do IRC prevista no programa do Governo terá impacto sobre os impostos pagos pelo banco.
Especificamente sobre a banca, afirmou que a prioridade deveria ser "tirar esta carga de impostos extraordinários que passou a ordinária", referindo-se ao imposto extraordinário sobre a banca, adicional de solidariedade e contribuição para o Fundo de Resolução bancário nacional.
"A prioridade devia ser, antes do normal, acabar com o extraordinário", disse.
Miguel Maya quis ainda falar das contas públicas, considerando que mantê-las equilibradas "é um imperativo para Portugal", porque ajuda tanto Estado, como empresas e famílias.
O Millennium BCP apresentou hoje lucros de 234,3 milhões de euros referentes ao primeiro trimestre, mais 8,4% do que nos primeiros três meses de 2023 ajudado pela redução de provisões e imparidades.
O banco BCP tem um banco na Polónia, Bank Millennium, em que teve lucros de 29,7 milhões de euros (menos 49% em termos homólogos). Na Polónia, o Governo prolongou medidas de apoio a quem tem crédito à habitação que, segundo o BCP, deverá ter um impacto negativo de até 57 milhões de euros que serão inscritos nos resultados do segundo trimestre.
Miguel Maya foi ainda questionado na conferência de imprensa sobre a Oferta Pública de Aquisição (OPA) do BBVA sobre o banco Sabadell, ambos bancos espanhóis, afirmando que não comenta nem a operação nem qualquer "eventual interesse do BBVA em Portugal". Ainda sobre a fusão de bancos, considerou que, de futuro, com maior integração da União Bancária "haverá maior consolidação" bancária.
Leia Também: BCP. Redução de negócio de banco é expectável face à política monetária