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Mísseis balísticos iranianos demonstram falta de "espírito construtivo"
Os ensaios iranianos com mísseis balísticos, em março, não correspondem ao espírito construtivo do acordo nuclear assinado entre Teerão e as grandes potências, explica o secretário-geral da ONU, num relatório para o Conselho de Segurança.
© Reuters
Mundo Ban Ki-moon
No documento confidencial divulgado pela agência noticiosa AFP, Ban Ki-moon deixa ao Conselho de Segurança a tarefa de tirar conclusões.
Em concreto, Ban Ki-moon não afirma que os testes violaram as disposições do acordo nuclear, assinado em julho de 2015, em Viena, que entrou em vigor em janeiro, ou se viola a resolução 2231 da ONU.
A resolução 2231 levantou a maior parte das sanções internacionais impostas ao Irão.
"Mesmo que caiba ao Conselho de Segurança interpretar as suas próprias resoluções, estou preocupado com o facto de que aqueles mísseis balísticos não correspondam ao espírito construtivo demonstrado com a assinatura" do acordo, refere, no relatório de 16 páginas, datado de 01 de julho.
No relatório, Ban Ki-moon afirma estar preocupado com o disparo de mísseis balísticos e convida o Irão a "abster-se" de os realizar, pois podem "aumentar as tensões na região".
O Conselho de Segurança deve discutir o assunto no próximo dia 18, mas os diplomatas não esperam qualquer decisão, nem qualquer posição formal dos 15 países.
"O relatório não faz qualquer recomendação", afirmou um diplomata do Conselho de Segurança, acrescentando que o documento é muito útil, mas têm de ser os membros daquele órgão a tomar uma decisão.
Na sequência dos lançamentos dos mísseis balísticos, Paris, Washington, Londres e Berlim -- quatro dos signatários do acordo nuclear com o Irão -- afirmaram que este disparo de mísseis "desafiavam a resolução 2231".
Mas a Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança com poder de veto, bloqueou as tentativas de impor novas sanções ao Irão.
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