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Irão. Condolências dos responsáveis da UE suscitam críticas generalizadas

As condolências apresentadas hoje pelos responsáveis da União Europeia (UE), pela morte do Presidente da República Islâmica do Irão e do ministro dos Negócios Estrangeiros, suscitaram críticas nas redes sociais por líderes políticos ou pessoas anónimas.

Irão. Condolências dos responsáveis da UE suscitam críticas generalizadas
Notícias ao Minuto

00:01 - 21/05/24 por Lusa

Mundo Irão

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, apresentaram hoje, nas redes sociais, as condolências em nome do organismo europeu.

Estas mensagens suscitaram reações indignadas nas redes sociais, quer por parte de governantes ou líderes políticos, quer por pessoas anónimas.

"Conseguem olhar nos olhos das mulheres corajosas e combatentes pela liberdade do Irão (...) Que vergonha", frisou o eurodeputado sueco David Lega (PPE, à direita) na rede social X.

"Não em meu nome", indicou também o líder neerlandês de extrema-direita, Geert Wilders.

O ex-secretário de Estado belga Theo Francken (N-VA, nacionalistas flamengos) denunciou as "condolências europeias pela morte de um carniceiro e de um cruel assassino em massa".

"Diplomacia significa diálogo, inclusive com regimes com os quais temos profundas diferenças", explicou a porta-voz de Charles Michel, Ecaterina Casinge, sublinhando que "manter o diálogo com o Irão é essencial para evitar uma escalada regional".

Casinge acrescentou que uma mensagem de condolências nestas circunstâncias é uma "prática comum" e que "muitos estados, em particular a UE, bem como o Secretário-Geral das Nações Unidas e a NATO" fizeram o mesmo.

No domingo, a UE ativou o seu sistema de mapeamento para ajudar o Irão a encontrar o helicóptero, em resposta a um pedido daquele país.

Este anúncio do comissário europeu para a Ajuda Humanitária, Janez Lenarcic, que utilizou a 'hashtag' "solidariedade da UE", já tinha provocado fortes críticas.

"Que 'hashtag' miserável, que chacota dos corajosos defensores dos direitos humanos no Irão", reagiu Marie-Agnes Strack-Zimmermann, deputada alemã pelo partido liberal FDP e candidata às eleições europeias.

Janez Lenarcic defendeu a ativação do sistema de satélites Copernicus "para facilitar uma operação de busca e salvamento não é um ato de apoio político a um regime".

"É simplesmente uma expressão da humanidade mais básica", defendeu.

O Irão é alvo de sanções da UE devido às suas atividades nucleares, ao seu apoio militar à guerra da Rússia contra a Ucrânia e às violações dos direitos humanos no país.

As sanções foram reforçadas após a repressão aos protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, uma jovem detida pelo não cumprimento do rigoroso código de vestimenta da República Islâmica.

Um diplomata sueco que trabalha para a UE, Johan Floderus, está atualmente detido no Irão, onde enfrenta a pena de morte por acusações de espionagem.

As equipas de socorro iranianas recuperaram hoje os restos mortais de Ebrahim Raisi e dos outros oito passageiros que seguiam no helicóptero que se despenhou no domingo no noroeste do Irão, anunciou a organização humanitária Crescente Vermelho.

O helicóptero que transportava também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amir-Abdollahian, despenhou-se na zona de Kalibar e Warzghan, na província do Azerbaijão Oriental, no noroeste do país.

Poucas horas antes, o Governo iraniano confirmava a morte de Raisi, acrescentando que o desastre não vai causar "qualquer perturbação na administração" do país.

Leia Também: EUA admitem ter sido "incapazes" de ajudar Irão após queda de helicóptero

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