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Foi mesmo na China? Estudo aumenta dúvidas sobre a origem da pandemia

Uma pesquisa publicada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, acrescenta mais um ponto de interrogação quanto ao local onde o novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, terá realmente surgido pela primeira vez.

Foi mesmo na China? Estudo aumenta dúvidas sobre a origem da pandemia
Notícias ao Minuto

09:01 - 07/12/20 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle Covid-19

A cronologia oficial aponta para dia 31 de dezembro de 2019, quando o órgão de saúde pública da cidade chinesa de Wuhan divulgou uma série de casos associados a um novo e enigmático vírus respiratório. Indicando que o ponto em comum de todos os casos de infeção era um mercado municipal, onde eram vendidos animais selvagens vivos e mortos.

Todavia, e quase um ano após a descoberta - um ano mundialmente dominado e afetado pelo coronavírus SARS-CoV-2 -, investigadores associados ao governo norte-americano identificaram retroativamente que 39 pessoas de três estados do país já haviam produzido anticorpos contra o novo coronavírus duas semanas previamente ao alerta dado na China. Sendo que oficialmente os Estados Unidos detetaram o primeiro caso no país somente a 21 de janeiro de 2020, reporta um artigo de investigação publicado na BBC News. 

O estudo analisou 7.389 amostras de sangue de doações realizadas entre 13 de dezembro de 2019 e 17 de janeiro deste ano. Amostras essas que foram recolhidas em doações de sangue levadas a cabo pela Cruz Vermelha em nove estados dos EUA

Entre as 1.912 amostras de doações feitas entre 13 e 16 de dezembro passado, 39 testaram positivo, nomeadamente 26 na Califórnia e 16 de Oregon ou de Washington.

Entretanto, divulga a BBC, outras 67 amostras que incluíam o vírus SARS-CoV-2 foram registadas entre 30 de dezembro de 2019 e 17 de janeiro de 2020. Adicionalmente, a idade mediana dos infetados era de 52 anos e a maioria eram indivíduos do sexo masculino. 

De acordo com os autores do estudo, alguns desses anticorpos detetados podem estar associados a outros tipos de coronavírus que circulam por todo o mundo, contudo o elevado número de pessoas identificadas com esses anticorpos na análise indica que outra parte muito possivelmente estaria doente com Covid-19 já naquela altura. 

O 'Dia D': Afinal, quando surgiu o novo coronavírus?

Segundo os cientistas é provável que jamais seja possível responder com absoluta exatidão a essa questão. 

Oficialmente, e até ao momento, o primeiro grande surto teve início em Wuhan em dezembro de 2019, porém múltiplas evidências sugerem que o vírus já circulava pelo planeta semanas ou até meses antes.

A BBC News sublinha também, que os autores do estudo que registaram anticorpos contra o SARS-CoV-2 em dezenas de indivíduos nos Estados Unidos esclarecem que os dados apurados apresentam algumas limitações, entre as quais determinar se as pessoas se infectaram ao interagirem na comunidade, isto é no país, ou durante viagens.

Relativamente ao levantamento realizado pela Cruz Vermelha aos seus doadores, do total, 3% afirmaram ter viajado para fora do país no mês anterior à doação, e só 5% desses 3% disseram que tinham visitado o continente asiático. 

Mas, há mais evidências que apontam para a presença do novo coronavírus previamente ao alerta oficial na China.

Investigadores de pelo menos quatro países identificaram presença do SARS-CoV-2 em amostras de esgoto recolhidas semanas ou meses do começo do surto em Wuhan

Um estudo espanhol, realizado por académicos da Universidade de Barcelona indicou a presença do novo coronavírus em amostras congeladas entre 15 de janeiro de 2020 - 41 dias antes do primeiro caso oficial em Espanha - e 12 de março de 2019 - nove meses antes da primeira ocorrência na China.

Leia Também: Foi detetado em janeiro vírus da Covid-19 em águas residuais de Barcelona

Contudo, ainda não é certo como e quando o vírus começou a infetar os seres humanos, e nem de que animal este coronavírus se transferiu para os humanos.

Entre os cientistas há consenso de que o primeiro surto teve lugar num mercado em Wuhan, onde eram vendidos animais selvagens vivos e mortos. No entanto, os investigadores admitem que não sabem se o vírus surgiu nesse espaço ou beneficiou da aglomeração para se propagar eficaz e rapidamente entre os indivíduos. 

"Se me perguntar qual é a maior possibilidade, digo que o vírus veio de mercados que vendem animais selvagens", disse Yuen Kwok-yung, microbiologista na Universidade de Hong Kong, em declarações à BBC.

A própria cronologia do SARS-CoV-2 na China tem sido colocada em dúvida. Um estudo realizado por médicos em Wuhan, publicado em janeiro pela revista The Lancet, apontou que o primeiro caso Covid-19 ocorreu a 1 de dezembro de 2019, e não que não tinha qualquer ligação com o agora 'infâme' mercado municipal.

Mais ainda, alguns cientistas salientam que muito dificilmente um vírus com potencial pandémico poderia circular durante meses pelo mundo sem ser identificado. Todavia, circular por semanas é muito mais factível, sobretudo no decorrer do inverno no hemisfério norte, em que facilmente poderia ter sido confundido com outros coronavírus como é o caso da influenza ou vírus da gripe. 

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