O primeiro-ministro, António Costa, não vê necessidade de o Governo mexer nas atuais previsões económicas por causa do Covid-19, justificando que as expectativas neste momento são prudentes o suficiente para acomodar este tipo de imprevistos. Esta segunda-feira, sublinhe-se, foram confirmados os primeiros dois casos positivos em Portugal. 

"Como sabe, estabelecemos metas muito prudentes, e por isso é que todos os anos temos tido a verificação final dos resultados serem superiores às metas que apontamos. Porquê? Não é por falta de otimismo, mas é uma por uma questão de conservadorismo responsável. Ao longo do ano, a vida económica está sempre sujeita a imprevistos, [como] por exemplo, este. Era um que ninguém podia prever e aconteceu", disse o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas. 

Ainda assim, Costa sublinhou que as consequências do novo coronavírus estão a ser analisadas, estando por isso prevista para esta segunda-feira uma reunião entre o ministro da Economia e várias associações empresariais: 

"Sobre as suas consequências, estão a ser analisadas. Hoje mesmo o ministro da Economia está a reunir com o conjunto de associações empresariais para detetar em concreto quebras que estão a haver em algumas cadeias de fornecimento, designadamente na área industrial para componentes com origem na China. Isso obviamente tem consequências", afirmou António Costa.  

Além disso, o primeiro-ministro relembrou que na quarta-feira realiza-se uma reunião do Eurogrupo, presidida pelo ministro das Finanças português, Mário Centeno, que tem como objetivo avaliar o impacto do coronavírus na zona euro. 

"O senhor ministro das Finanças na sua qualidade de presidente de Eurogrupo vai ter uma reunião, por teleconferência, do Eurogrupo a meio desta semana para fazer uma avaliação global sobre impactos e medidas que podem ser tomadas para minorar", disse Costa. 

O novo coronavírus (Covid-19), que começou em Hubei, na China, continua a espalhar-se pelo globo, atingindo já mais de meia centena de países. Itália é o país europeu com mais casos de infeção (já mais de 1.000) e com mais mortes (34). 

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