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Médica explica tudo sobre condição que deixa metade do rosto paralisado

Já ouviu falar da Paralisia de Bell? Ana Santos Pinto, neurologista do Grupo Trofa Saúde, esclarece todas as dúvidas sobre esta condição no âmbito da rubrica: O Médico Explica.

 Médica explica tudo sobre condição que deixa metade do rosto paralisado

Existem muitos problemas de saúde que nem todos conhecem. É o caso da Paralisia de Bell. Já ouviu falar? Ana Santos Pinto, neurologista do Grupo Trofa Saúde, em entrevista ao Lifestyle ao Minuto, explica tudo sobre a condição que deixa metade dos músculos do rosto paralisados. 

Pode afetar "homens e mulheres por igual" e, na maioria dos casos, "os efeitos são transitórios". Felizmente cerca de "70 a 85% dos doentes conseguem recuperações completas após três a seis meses".

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O que é a Paralisia de Bell? 

É a consequência do dano isolado de um nervo periférico craniano, que chamamos nervo facial e que provoca que metade dos músculos da face fiquem paralisados.

Pode acontecer a qualquer um? Quem está mais em risco? 

Pode ocorrer em qualquer idade e raça, afeta a homens e mulheres por igual, mas as mulheres grávidas, doentes com diabetes ou doentes imunodeprimidos são os grupos de maior risco. 

Notícias ao Minuto Neurologista do Grupo Trofa Saúde© Ana Santos Pinto

Quais são as causas mais comuns? 

Paralisia de Bell deve-se a uma inflamação espontânea do nervo facial. A causa mais comummente associada a essa inflamação é uma infeção viral, nomeadamente pelo vírus 'Herpes Simplex' que é o mesmo vírus responsável pelo herpes labial. No entanto, também pode ser provocada por outros vírus similares. 

Quanto tempo demora a melhorar? 

Quando o tratamento é realizado adequadamente o prognóstico é muito bom, sendo que podemos observar melhorias logo a partir dos primeiros 21 dias e 70 a 85% dos doentes conseguem recuperações completas após 3 a 6 meses.

É sempre um problema temporário? É possível que tenha efeitos a longo prazo? 

Na maioria dos casos os efeitos são transitórios, mas existem casos em que a recuperação não é completa e pode permanecer uma debilidade moderada ou severa dos músculos da face para o resto da vida. Uma das complicações destes casos mais severos é o desenvolvimento de movimentos anormais na cara quando sorrimos ou fechamos os olhos, a que chamamos espasmos. Ocorrem porque após a inflamação, o nervo volta a 'crescer' de uma forma anormal e desorganizada. 

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Quais os sintomas mais comuns?

A paralisia de metade dos músculos da face, causa uma assimetria evidenciada pela flacidez da sobrancelha, desvio do canto externo da boca e uma dificuldade para fechar o olho do mesmo lado. Pode também associar um desconforto na zona do ouvido e sensação de amplificação dos sons à qual chamamos hiperacusia. Algumas pessoas podem também sentir falta de paladar na parte da frente da língua.

Trata-se de uma condição fácil de confundir com outras? Quais? 

Paralisia de Bell é a causa mais comum das paralisias faciais, mas não é a única. Pode ser confundida com uma infeção provocada pelo vírus 'varicela-zóster', diferenciando-se esta última pelo aparecimento de vesículas no pavilhão auricular. Também a otite média complicada pode causar uma paralisia facial, assim como os tumores do ouvido interno.

Condições menos frequentes como as doenças inflamatórias autoimunes e os tumores cerebrais podem também afetar o nervo facial. Por outro lado, doenças tão frequentes como os AVCs (Acidentes Vasculares Cerebrais) podem manifestar-se com uma paralisia facial, no entanto habitualmente acompanham-se de outros sintomas como a dificuldade para falar e mobilizar um membro do corpo. 

Existe alguma forma de prevenir este problema? 

Não, infelizmente, não é uma condição que se possa evitar ou prevenir.

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É necessário consultar sempre o médico?

Sim, mesmo considerando os casos em que os sintomas são ligeiros e pode inclusivamente não ser necessário realizar o tratamento, a avaliação por um médico é fundamental para excluir os sinais atípicos que acarretam outras doenças similares e também para estabelecer um tratamento precoce nos casos que assim o exigem. 

Como é feito o tratamento?

Apesar de não existir uma cura, o tratamento pode ajudar na recuperação mais rápida dos sintomas, especialmente se for iniciado nos primeiros dias de evolução. Este é feito à base de corticoides (potentes anti-inflamatórios) e antivirais nos casos de paralisia severa ou presença de fatores de risco. É fundamental a proteção do olho quando não o podemos fechar, para evitar lesões da córnea. A fisioterapia é complementar ao tratamento e pode ajudar nos casos severos ou de recuperação tardia.  

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