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Um ano após acordo sobre programa nuclear, Irão está "relativamente satisfeito"

Milhares de iranianos saíram à rua a 14 de julho de 2015 para comemorar o acordo entre Teerão e as grandes potências sobre o programa nuclear, mas um ano depois os resultados são magros.

Um ano após acordo sobre programa nuclear, Irão está "relativamente satisfeito"
Notícias ao Minuto

15:30 - 13/07/16 por Lusa

Mundo Potência

Concluído em Viena, após dois anos de negociações entre o Irão e os Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha, este acordo permitiu levantar parte das sanções internacionais contra Teerão, em troca do compromisso de renunciar às armas nucleares.

Para Hamid Baeidinejad, diretor-geral de Assuntos Políticos e Segurança Internacional do ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano e um dos principais negociadores do acordo, o Irão está "relativamente satisfeito" com o acordo.

"No seu conjunto, o processo foi relativamente satisfatório apesar das dificuldades encontradas na aplicação" do acordo, declarou.

"Até agora, não houve violação do acordo e os esforços continuam para resolver alguns problemas", sublinhou.

Baeidinejad reconheceu que o Irão "tinha grandes expetativas relativamente ao levantamento das sasnções económicas, das restrições bancárias e financeiras, mas apesar disso, permanece um sentimento de esperança no país em relação ao fim destes obstáculos", reforçado pelo "desfile", em Teerão, de delegações políticas e económicas estrangeiras, atraídas pelo imenso potencial de um país de 80 milhões de habitantes rico em petróleo.

Por seu lado, o presidente do Irão, Hassan Rohani, saudou "a nova atmosfera" criada pelo acordo, que permitiu ao Irão melhorar "a economia, defesa e atividade tecnológica", de acordo com a agência noticiosa oficial Irna.

"Em alguns domínios, incluindo no bancário, ainda não atingimos o nível [de trocas] esperado, contudo foram ultrapassadas etapas importantes e foram estabelecidas ligações com alguns grandes bancos internacionais", afirmou.

Desde do levantamento de uma parte das sanções, em meados de janeiro, o Irão conseguiu aumentar as exportações de petróleo e beneficiar de alguns investimentos estrangeiros, mas os contratos mais valiosos, em particular na aeronaútica com a Boeing e a Airbus, para renovar uma frota envelhecida, continuam por concretizar.

Washington continua a proibir qualquer transação em dólares com o Irão e ameaça com retaliações os grandes bancos internacionais que façam negócios com pessoas ou entidades iranianas acusadas de apoiar "o terrorismo" ou de "violações dos direitos humanos".

Os Estados Unidos impuseram também sanções relacionadas com o programa de mísseis balísticos iraniano.

Fontes diplomáticas europeias consideraram que o "Irão cumpre a sua parte", mas "o bloqueio (ao financiamento) parte dos norte-americanos que devem ser mais pressionados pelos europeus, porque se isto não resultar, existe um perigo real de retrocesso" e "para os adversários de Hassan Rohani seria ótimo".

O presidente iraniano conta com os resultados do acordo para ser reeleito no próximo ano para um segundo mandato de quatro anos.

"As sanções tornaram-se num enorme obstáculo ao crescimento da economia", mas "o seu levantamento não pode ser o único motor desse crescimento", afirmou Said Leylaz, um economista próximo de Rohani.

Os conservadores opositores de Rohani e aliados insistem na primazia da produção nacional e em investimentos estrangeiros para relançar a máquina económica.

Esta posição é partilhada pelo guia supremo Ali Khamenei, que privilegia "a economia de resistência", critica a falta de resultados do acordo e continua a atacar regularmente "o inimigo americano", contrário ao desenvolvimento e liderança do Irão na região.

Para Amir Mohebbian, analista político próximo dos conservadores, "os Estados Unidos usaram este acordo para pressionar o Irão a mudar de comportamento no Médio Oriente ou a renunciar aos laços com o Hezbollah", poderosa milícia xiita libanesa.

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