O Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, desencadeou medidas repressivas em agosto de 2020 após o início de grandes protestos contra a sua reeleição para a presidência, em eleições consideradas fraudulentas pela oposição e pelo Ocidente.
A oposição bielorrussa aponta para cerca de 35 mil detidos no decurso das manifestações, mas também denuncia espancamentos durante as detenções, dezenas de organizações silenciadas e jornalistas presos.
Cerca de 500 mil pessoas terão saído deste país com 9,5 milhões de habitantes, com as autoridades a iniciarem no início deste ano novas medidas punitivas dirigidas aos bielorrussos no estrangeiro.
O Comité de Investigação bielorrusso disse hoje que estas últimas buscas e apreensões dirigiram-se a ativistas que criticaram a partir do exterior as autoridades bielorrussas e se reuniram no decurso do aniversário da independência da Bielorrússia.
As autoridades iniciaram um processo criminal contra estes ativistas por "formação de um grupo extremista" e "por desacreditarem a Bielorrússia", ofensas criminais que podem implicar penas de prisão de até sete anos.
Os responsáveis oficiais indicam que as operações foram dirigidas a participantes de protestos que ocorreram na Polónia, Lituânia, Bélgica, Geórgia, República Checa, Estados Unidos e outros países, organizados em 25 de março para assinalar a declaração da independência do país em 1918, um aniversário que a oposição celebra anualmente.
Através de uma declaração, o porta-voz do Comité de Investigação, Sergei Kabakovich, designou os ativistas de "fantoches fugitivos" e acusou-os de "apelarem a uma pressão política e económica sobre o nosso país".
Por sua vez, a líder da oposição no exílio, Svetlana Tikhanovskaya, afirmou que as ações policiais representam uma "vingança das autoridades sobre os bielorrussos que continuam a combater a ditadura".
A Viasna, o mais antigo grupo de direitos humanos, refere-se a 1.400 presos políticos na Bielorrússia, incluindo o fundador do grupo, Ales Bialiatski, prémio Nobel da Paz em 2022.
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