A visita de Stéphane Séjourné, que já tinha realizado paragens no Líbano e na Arábia Saudita, ocorre num momento em que a mediação do Qatar, Egito e EUA está a aumentar as expectativas para uma trégua entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, associada à libertação de reféns, depois de quase sete meses de combates e de bombardeamentos quase diários na Faixa de Gaza.

Em Israel, as discussões com homólogo israelita, Israel Katz, centraram-se no volume de ajuda humanitária que entra na Faixa de Gaza, bem como na ofensiva militar em Rafah, cuja necessidade o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reafirmou na terça-feira, mas à qual França reitera a sua oposição.

Segundo uma fonte diplomática citada pela agência France-Presse (AFP), Séjourné reafirmou hoje o apoio de França a Israel, mas também "as suas divergências", particularmente sobre esta grande ofensiva planeada na cidade de Rafah, que se tornou um refúgio para 1,5 milhões de palestinianos deslocados pela guerra, segundo a ONU.

Há quase três meses que Netanyahu vem enfatizando a sua intenção de levar a cabo uma ofensiva nesta localidade, no extremo sul da Faixa de Gaza, onde, segundo o governante, estão agrupados os últimos batalhões do Hamas que atacaram Israel em 07 de outubro.

Além de França, muitos países, incluindo os Estados Unidos, aliado histórico de Israel, expressaram publicamente a sua oposição, temendo a carnificina entre os civis.

França também discutiu com Israel o seu projeto de resolução na ONU, anunciado no início de abril, que "retoma fortes exigências israelitas, como a qualificação do 07 de outubro como terrorista, a violência sexual cometida nesse dia, mas também os parâmetros de uma solução política para o conflito", realçou fonte diplomática francesa à AFP.

Séjourné também tem prevista uma reunião com alguns atores políticos israelitas, bem como com representantes das famílias dos reféns detidos em Gaza.

Na segunda-feira, o chefe da diplomacia francesa tinha revelado, na rede social X, que reuniu em Riade com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, bem como com "as autoridades de muitos países para continuar a trabalhar no sentido de uma solução de paz duradoura em torno do conflito em Gaza".

"Todos procuram soluções políticas" para a gestão dos Territórios Palestinianos depois da guerra, comentou ainda fonte diplomática sobre este tema, lamentando os poucos progressos no assunto.

O conflito entre Israel e Hamas resultou em mais de 34 mil pessoas mortas, na maioria civis, na Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais, mergulhando o território numa grave crise humanitária.

A ofensiva israelita é uma retaliação pelo ataque do movimento islamita palestiniano, que em 7 de outubro matou em Israel mais de 1.100 pessoas e fez cerca de 250 reféns.

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