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Vida de ex-agente do FBI foi 'traçada' após ter sido refém na sua casa

A mulher fez a família e Phil reféns após matar cinco crianças numa escola primária a cerca de 16 km onde ocorreu o tiroteio de Highland Park, em Illinois, nos Estados Unidos. Phil, na altura com 20 anos, acabou baleado.

Vida de ex-agente do FBI foi 'traçada' após ter sido refém na sua casa
Notícias ao Minuto

18:49 - 11/07/22 por Teresa Banha

Mundo Tiroteios EUA

Phil Andrew tinha regressado da universidade para as férias da Páscoa quando uma mulher invadiu a sua casa, em Winnetka, no estado norte-americano de Illinois, em 1988.

Armada e fugida de uma escola primária, onde tinha acabado de matar cinco crianças, entrou na casa que fica numa pequena localidade e acabou por fazer Phil, na altura com 20 anos, e a sua família reféns. O homem, que tem hoje 54 anos, acabou por convencê-la a libertar a família, sob a promessa de que ficaria com ela - acabou no hospital depois de também ser alvejado.

"Uma bala atravessou os meu peito e atingiu os meus pulmões, deixou feridas no meu esófago e raspou o pericárdio", contou o agora antigo agente do FBI à Rádio Pública Nacional (National Public Radio, NPR na sigla em inglês)

Ao órgão de comunicação contou ainda que esse foi o momento decisivo para saber aquilo que ia fazer na vida.

"Ainda antes de sair do hospital percebi que o meu caminho seria perceber aquilo que se passou [...]. E ter um papel que garantisse que  algo semelhante não voltava a acontecer", confessou. Atualmente é responsável pelas Iniciativas de Prevenção à Violência em Chicago, mas também já foi conselheiro do comité para a segurança pública, entre outros cargos relacionados com a violência armada.

Ser uma vítima de um incidente deste tipo foi um momento de viragem, mas também o que veio depois e o ativismo. A família de Phil acabou mesmo por receber ameaças telefónicas. A mãe, que atendeu a chamada, terá ficado realmente chateada e perguntou-lhe quando é que tudo aquilo iria terminar.

"Esse foi um momento decisivo", contou á NPR. "A minha mãe queria restaurar a normalidade. Mas eu reconheci que isso não iria acontecer. Tínhamos experienciado algo. E estaríamos sempre a defender algo e a trabalhar para o prevenir", rematou.

O ex-agente do FBI relembrou o carinho que foi dado pelas pessoas que o socorreram e "arriscaram a própria vida" ao entrar na casa, onde ainda estava a atiradora. "Uma das coisas de que eu sempre me lembro é que que havia pessoas para mim no pior dia da minha vida", conta.

Winnetka fica a cerca de 16 km de Highland Park, onde no passado dia 4 ocorreu um dos cinco tiroteios nesse dia dos Estados Unidos. "Foi de partir o coração", afirmou Phil, referindo-se aos acontecimentos do Dia da Independência, onde morreram sete pessoas e mais de 30 ficaram feridas. Robert E. Crimo III foi o autor dos ataques. O jovem de 22 anos era um apoiante de Donald Trump e, para além de haver fotografias dele em comícios trumpistas e de este publicar músicas com alusões a tiroteios em massa, foi conhecido que comprou cinco armas legalmente, assim como falou com o pai no dia anterior ao tiroteio sobre o assunto

Em 2022 já terão ocorrido mais de 300 tiroteios em massa nos Estados Unidos. Recorde-se que foi com o tiroteio na escola primária Robb, em Uvalde, no Texas, que a discussão sobre o uso e violência das armas voltou a estar em cima da mesa. 21 pessoas morreram nesse dia, entre as quais 19 crianças.

Leia Também: Testemunha: Homens armados encapuçados abriram fogo na taberna do Soweto

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