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Tiroteio em Illinois. "Encontramos estes ferimentos em vítimas de guerra"

Várias testemunhas contam como sobreviveram ao tiroteio do 4 de Julho em Highland Park, na sequência do qual morreram seis pessoas.

Tiroteio em Illinois. "Encontramos estes ferimentos em vítimas de guerra"
Notícias ao Minuto

16:17 - 05/07/22 por Teresa Banha

Mundo Tiroteios EUA

O Dia da Independência nos Estados Unidos ficou marcado este ano por, pelo menos, um tiroteio. Na cidade Highland Park, no estado norte-americano de Illinois, um jovem, de 22 anos, disparou durante um desfile e matou seis pessoas. No decorrer no tiroteio, Robert E. Crimo III deixou, pelo menos, 30 pessoas feridas.

Uma das pessoas que assistiu ao desfile foi David Baum, um médico que acabou por tratar algumas das vítimas do incidente. De acordo com o que o médico contou à CNN algumas das vítimas mortais "estavam rebentadas".

Baum considerou que a comunidade nunca mais seria a mesma depois do que. "A minha filha e o marido mudaram-se para aqui porque estavam com medo da violência de outra cidade quando tiveram um filho. E agora estão assustados para levar os filhos à creche", explicou, criticando ainda o acesso às armas no país, tema que tem vindo a estar em cima da mesa desde que Salvador Ramos, um jovem de 18 anos, matou 21 pessoas numa escola primária em Uvalde, no Texas. Destas 21 vítimas mortais, 19 eram crianças.

"Para mim não faz sentido que alguém possa beber álcool antes dos 21 anos, no entanto, não percebo também como é que este país permite que uma pessoa com 18 anos tenha acesso a uma arma que se destina à guerra. E os ferimentos que eu vi... Nunca cumpri serviço militar, mas encontramos estes ferimentos em vítimas de guerra. Aquilo é o que se vê em vítimas de guerra, não num desfile", notou.

Já a mulher do médico corroborou a ideia do que marido de que a sua vida não seria mesma a partir de agora. "Não irei a mais nenhum desfile. Nem a nenhuma evento desportivo. Tenho medo de que o meu neto vá para a escola", confessou Debra Baum. "Mas uma pessoa normal não tem que ver os restos mortais de alguém para perceber qual é o problema deste país", referiu, explicando: "O problema dos Estados Unidos é não reconhecer que a cada semana, vocês [média] vão sempre para uma comunidade diferente com uma Uvalde diferente. Uma parte de Uvalde esteve aqui. O que aconteceu lá foi horrível. O que aconteceu aqui também", disse.

Também à CNN algumas testemunhas disseram que os primeiros disparos pareceram fogo de artifício. A um outro residente pareceu-lhe a Marinha, até que começou a ver todas as pessoas a correrem. "Corremos para as traseiras de um edifício e escondi o meu filho num contentor com o cão e voltei para procurar o resto da minha família", contou o homem, explicando que foi "a pior experiência que alguma vez" teve. "Havia pessoas atingidas no chão e havia um rapaz que estava nos braços de um polícia. Só conseguia pensar no meu filho e sobre onde estaria a minha família", explicou.

Um outro homem que assistia ao desfile pensou ainda que foi "uma sorte" não ter sido a sua família a ser atingida. À CNN, Steve Tilken explicou que procurou abrigo durante o incidente numa cave, onde ficou a mulher e os seus netos.

Um dos netos, a criança de 13 anos, terá sido a primeira a aperceber-se de que eram um tiroteio, pois após o barulho "lançou-se ao chão" e levou consigo o irmão. De acordo com o que explica Tilken, a criança tem tido treinos para simulacro de tiroteio na escola.

O autor do ataque, Robert E. Crimo III foi detido horas depois de ter disparado, segundo as testemunhas, pelo menos, 20 vezes. As autoridades detiveram-no, porém, considerando que ele era uma "pessoas de interesse" e não um suspeito. O jovem, de 22 anos, é republicano e músico, tendo já composto músicas com ligações à teoria da conspiração QAnon.

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