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Moçambique diz que má governação agrava impacto da guerra Rússia-Ucrânia

A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, defendeu hoje que o impacto da guerra Rússia-Ucrânia na economia do país africano é agravado pela má governação, apontando o atraso na agricultura como exemplo de políticas erradas.

Moçambique diz que má governação agrava impacto da guerra Rússia-Ucrânia
Notícias ao Minuto

12:23 - 08/07/22 por Lusa

Mundo Moçambique

"O Governo moçambicano devia trabalhar no sentido de que os recursos que nós temos sejam efetivamente utilizados para o desenvolvimento da nossa sociedade, do nosso país", disse Saimone Macuiana, presidente do Conselho Jurisdicional da Renamo.

Macuiana falava durante uma conferência de imprensa sobre o crescente custo de vida no país, que as autoridades moçambicanas atribuem ao conflito Rússia-Ucrânia.

Aquele político da oposição acusou os sucessivos governos da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) de terem negligenciado a agricultura ao longo dos 47 da independência nacional e desaproveitado os milhões de hectares de terra arável de que o país dispõe.

"Nós precisamos de importar tomate, cebola e cenoura, [enquanto] temos terra arável, do Rovuma ao Maputo [os limites a norte e a sul do país]. Podíamos produzir o suficiente" para o país aguentar a subida dos preços dos alimentos provocada pela guerra Rússia-Ucrânia, enfatizou Saimone Macuiana.

A governação da Frelimo, prosseguiu, tem acentuado as desigualdades sociais, deixando vulnerável a maioria da população a crises económicas.

"Os nossos dirigentes parecem que estão a gerir um bem particular e não um bem público", acusou.

Sobre a paralisação na segunda-feira do transporte público urbano em protesto contra o aumento dos preços dos combustíveis, Saimone Macuiana apontou a falta de políticas de transporte adequadas como uma das causas da situação.

Por outro lado, o presidente do Conselho Jurisdicional da Renamo criticou o facto de o Governo moçambicano não condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia, assinalando que a guerra está a criar "consequências incalculáveis".

"Exige-se de qualquer Estado uma posição clara, inequívoca e contundente" contra as ações do Governo de Moscovo, frisou Saimone Macuiane.

Análises independentes já alertaram que Moçambique é um dos países africanos com elevado risco de convulsões sociais associadas à degradação das condições de vida provocadas pela crise combinada da alta dos preços dos alimentos e dos combustíveis, devido à invasão Rússia da Ucrânia.

Leia Também: ACNUR alerta para gravidade dos novos ataques em Moçambique

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