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Acusado de dois homicídios tentados diz que disparou para intimidar

O homem acusado de ter tentado matar os ex-patrões que lhe deviam dinheiro, em maio de 2014 em Alvaiázere, disse hoje, no Tribunal Judicial de Leiria, onde começou o julgamento, que disparou para "intimidar".

Acusado de dois homicídios tentados diz que disparou para intimidar
Notícias ao Minuto

17:24 - 18/03/15 por Lusa

País Alvaiázere

"Era só para intimidar", afirmou o arguido, de 54 anos, residente em Pombal, acusado pelo Ministério Público (MP) de dois homicídios qualificados na forma tentada e um de detenção de arma proibida.

O despacho de acusação refere que no decurso de 2004 ou 2005 o arguido, que se encontra em prisão domiciliária, "iniciou funções por conta e direção" dos ofendidos, para os quais trabalhou cerca de seis meses.

"Todavia, apesar de ter recebido alguns valores monetários por conta do trabalho realizado", o acusado deixou de trabalhar para o casal - dado que nunca recebia o salário completo e nas datas devidas -, que lhe ficou "a dever cerca de 2.340 euros", adianta o MP.

Segundo o MP, desde 2005 que o acusado "vinha interpelando" o ex-patrão no sentido de este pagar os montantes em falta, mas aquele "acabava sempre por adiar o pagamento".

Na primeira sessão do julgamento, o arguido disse que no dia dos crimes o ex-patrão não apareceu em sua casa, como prometeu fazê-lo uns dias antes quando se encontraram, pelo que foi à casa daquele, em Almoster, concelho de Alvaiázere, mas ninguém o atendeu, apesar de ter ouvido uma porta a bater e um carro a trabalhar que saiu por uma serventia.

Por isso, regressou a Pombal, "para ver se esquecia", mas acabou por ir buscar uma arma a casa, dirigindo-se, de novo, a Alvaiázere.

De acordo com arguido, o ex-patrão "recusou-se a pagar", alegando que os clientes não lhe pagaram.

O acusado referiu que disparou "de qualquer maneira, mais ou menos a um metro" do ex-patrão, quando a mulher deste "vem a correr" para o "agarrar" pelas costas.

"Era só para intimidar, quando disparei estava a olhar para a mulher, para trás", declarou, negando intenções de atingir o ex-patrão.

À pergunta por que levou a arma carregada se a intenção era apenas para intimidar, o arguido afirmou que eram as munições que a arma tinha e que sabia que "estavam lá dentro" mas não as tirou, argumentando que levou a pistola para que o ofendido lhe desse o dinheiro, porque estava a passar por "muitas dificuldades económicas".

"Se tivesse intenções de matar tinha mais uma bala na pistola", observou.

Adiantando que "os tiros foram praticamente seguidos", o homem justificou o disparo sobre a mulher, que não a atingiu, por temer que esta o agredisse, mas assegurou que disparou "sem querer".

Hoje, o tribunal ouviu os ofendidos, com o ex-patrão a dizer que informou o arguido que iria "verificar a situação" das contas e negou que lhe tenha dito que não lhe devia dinheiro.

Acrescentou que o arguido, antes de disparar, lhe encostou a arma à cara, acabando por o atingir na face.

O julgamento prossegue com a audição de outras testemunhas.

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