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Fenprof acusa MEC de fechar escolas sem falar com autarquias

A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) acusou hoje o Ministério de Educação de ter decidido encerrar algumas escolas sem negociar com as autarquias, ao contrário do que tinha anunciado.

Fenprof acusa MEC de fechar escolas sem falar com autarquias
Notícias ao Minuto

15:02 - 25/06/14 por Lusa

País Desmentido

A acusação surge poucos dias depois de o Ministério da Educação e Ciência (MEC) ter divulgado a lista das 311 escolas do 1º ciclo do ensino básico que vai fechar e integrar noutros estabelecimentos de ensino e de ter garantido que o processo tinha sido concluído "em articulação com as câmaras municipais".

Em comunicado enviado para a Lusa, a Fenprof fez um apanhado das denúncias feitas pelos autarcas sobre a forma como decorreu o processo e concluiu que as declarações dos responsáveis do MEC "não correspondem ao que realmente se está a passar. Não correspondem à verdade".

Dando exemplos de vários concelhos, a Fenprof diz que "o MEC não chegou a qualquer entendimento com muitas câmaras municipais ou não assumiu os compromissos a que chegou. São disso exemplo os concelhos de Portalegre, Soure, Espinho, S. Pedro do Sul, Montemor-o-Velho, Aguiar da Beira, Coimbra, Mangualde, Viseu, Aljustrel, Cuba, Manteigas, Alvito, Guarda, Sabugal e também na região do Algarve".

O vice-presidente da Câmara Municipal de Celorico da Beira (PS) disse hoje à agência Lusa que a autarquia não foi ouvida neste processo e que por isso não aceita a proposta de encerramento de cinco escolas.

O autarca diz ainda que não haverá condições para transportar os alunos para outros estabelecimentos de ensino.

Também o presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira disse à Lusa que não foi ouvido, classificando de "desrespeito inadmissível" a atitude do MEC.

Na segunda-feira, a autarquia de Évora também negou qualquer acordo com o Governo: "Apenas temos na nossa mão a proposta de encerramento e nem sequer obtivemos resposta aos documentos que enviámos à Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares (DGEstE)", disse à agência Lusa a vice-presidente do município, Élia Mira (CDU).

Segundo a Fenprof, na lista do MEC surgem escolas em Cinfães, S. Pedro do Sul, Mangualde e Nelas que não constavam numa primeira lista e por isso a decisão foi tomada sem o acordo dos municípios.

O distrito de Viseu é aquele onde vão encerrar mais escolas (57), estando previsto o encerramento de nove escolas no concelho de Cinfães, oito em S. Pedro do Sul, sete em Tondela, seis em Viseu e Moimenta da Beira, quatro em Nelas e Oliveira de Frades, três em Vouzela, e duas em Sernancelhe, Tabuaço, Mangualde e Vila Nova de Paiva. Já Castro Daire e Sátão são os concelhos do distrito de Viseu que terá apenas uma escola fechada.

O Ministério explicou a decisão de encerrar as escolas com a melhoria de condições para os alunos: "O novo ano letivo terá início em infraestruturas com recursos que oferecem melhores condições para o sucesso escolar. [Os alunos] estarão integrados em turmas compostas por colegas da mesma idade, terão acesso a recursos mais variados, como bibliotecas e recintos apropriados a atividades físicas e participação em ofertas de escola mais diversificadas".

Segundo a nota, a Secretaria de Estado do Ensino e Administração Escolar concluiu na sexta-feira mais uma fase da reorganização da rede escolar, "processo iniciado há cerca de 10 anos e continuado por este Governo desde o ano letivo de 2011/2012, com bom senso e um olhar particular relativamente às características de contexto".

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