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Alunos não conseguem aplicar matemática aos problemas diários

Os estudantes portugueses surgem em 20.º lugar numa lista de 44 países do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que avaliou, pela primeira vez, a capacidade de os alunos conseguirem resolver problemas de matemática aplicados à vida real.

Alunos não conseguem aplicar matemática aos problemas diários
Notícias ao Minuto

17:16 - 01/04/14 por Lusa

País Pisa

Através de um teste em que era pedido aos alunos que usassem um aparelho de música (MP3) ou uma máquina de bilhetes de comboio, o quinto relatório do PISA 2012 tentou perceber se os alunos conseguiam aplicar os seus conhecimentos de matemática, ciências e leitura em tarefas diárias.

Os resultados do PISA 2012 foram hoje divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que apresentou um ranking com a média dos resultados obtidos pelos 85 mil alunos de 15 anos que participaram neste estudo.

Em Portugal participaram 5.772 alunos que colocaram o país em 20.º lugar, com uma pontuação de 494 pontos. A média da OCDE é de 500 pontos, uma diferença que não é considerada estatisticamente relevante.

A lista dos 44 países envolvidos é liderada pelos asiáticos: Singapura, Coreia e Japão são os países mais bem classificados (com 562, 561 e 552 pontos, respetivamente).

Nos últimos lugares surgem o Uruguai (403), a Bulgária (402) e a Colômbia (399), segundo o relatório "Resolução Criativa de Problemas: As competências dos alunos para lidarem com os problemas da vida real".

Olhando para o desempenho nacional, apenas 7,4% dos jovens portugueses que participaram no estudo conseguiram resolver os problemas mais complexos, ficando abaixo da média da OCDE (11,4%).

Um em cada cinco alunos portugueses (20,6%) não conseguiu resolver as questões, tendo ficado abaixo do nível dois (numa escala de seis valores).

O documento sublinha também as "preocupantes" diferenças de género, no que toca à matemática: "mesmo quando a performance das raparigas é tão boa como a dos rapazes, elas reportam menos perseverança, menos motivação para aprender matemática, menos fé nas suas capacidades matemáticas e níveis mais altos de ansiedade".

O relatório mostra que em Portugal os rapazes têm melhores resultados do que as raparigas (mais 16 pontos), colocando o país entre os que apresentam uma diferença mais notória.

Com maior diferença surge a Colômbia, onde os rapazes se destacam 31 pontos das raparigas, a China (25 pontos), o Brasil e a Eslováquia (ambos com 22 pontos), o Japão (19) e a Itália (18).

Através de exercícios como usar um comando de aparelho de ar condicionado ou um aspirador robotizado, os investigadores perceberam que os alunos portugueses são melhores a planear e executar uma tarefa do que a lidar com conceitos abstratos.

O estudo analisou ainda a diferença entre o observado e o esperado e, no caso português, os alunos mostraram-se mais fracos na compreensão. Já no que toca a tarefas interativas, os portugueses foram mais bem-sucedidos.

Não existe um padrão consistente associado ao uso ou não de computadores na sala de aula, havendo uma predominância de países onde a presença dos computadores parece ser vantajosa. No entanto, Portugal surge como um dos seis países onde os alunos sem computadores nas escolas conseguem melhores resultados.

A OCDE sublinha que, em momentos de crise económica, aumenta a necessidade de investir na aquisição e desenvolvimento de ferramentas para os cidadãos, através da educação.

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