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Como se calcula o valor de uma vida perdida num desastre aéreo?
A pergunta parece descabida e soa ofensiva mas existe: em que preço deve ficar quantificada uma vida perdida num acidente de aviação? São vários os fatores que entram nesta equação, simples para as companhias aéreas mas muito difícil de entender para quem acaba de perder membros da família de forma inesperada.
© Reuters
Mundo Compensação
O trágico acidente com o voo 9525 da Germanwing, no qual 150 pessoas perderam a vida, trouxe de novo o tema à baila. Em breve, as famílias das vítimas vão começar a receber as compensações pela perda dos seus entes queridos.
No entanto, não se encerrará por aqui o caso, uma vez que as famílias podem pedir mais dinheiro, se se provar que a Lufthansa falhou ao não avaliar corretamente o estado de saúde mental do copiloto Andreas Lubitz.
E quanto vale uma vida, permitindo a pergunta apenas no âmbito jurídico? Varia, conforme vários fatores, refere a revista Time. Primeiro, conforme o país onde o processo é levado a cabo. Depois varia conforme o salário da vítima, a sua idade e a sua esperança média de vida (que também variam de país para país).
Recorde-se que, a bordo do Airbus A320 da Germanwings viajavam pessoas com mais de 15 nacionalidades, na sua maioria alemães e espanhóis, as compensações vão todas variar.
Se atentar no gráfico acima, da autoria de James Healy-Pratt, especialista londrino na área da aviação, e divulgado pela Time, fica com uma ideia do valor que é pago (em dólares) por casa país, nestes casos.
Quem paga mais caro por uma vida perdida num acidente de aviação são os Estados Unidos (uma estimativa de 4,5 milhões de dólares – cerca de 4,1 milhões de euros), muito acima da média de alguns países europeus. Já a Indonésia paga uma média de 400 mil dólares (cerca de 300 mil euros), sendo que os acordos na Ásia são feitos com os menores valores da tabela.
O mesmo especialista resume com exatidão o ato de dar um valor a cada vida perdida no ar: “Os valores desiguais na perda de vidas de diferentes nacionalidades num desastre aéreo sempre foi um problema para explicar às famílias. Especialmente quando, no caso da Germanwings, a experiência dos últimos minutos de vida foi similar e partilhada”.
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