Presidente do governo regional pede a catalães que votem
O presidente do governo regional da Catalunha, Artur Mas, apelou hoje à população catalã para que participe "sem medo" na consulta sobre a soberania no domingo, afirmando que as autoridades regionais farão tudo para que se possa votar.
© Lusa
Mundo Artur Mas
Barcelona, Espanha, 05 nov (Lusa) - O presidente do governo regional da Catalunha, Artur Mas, apelou hoje à população catalã para que participe "sem medo" na consulta sobre a soberania no domingo, afirmando que as autoridades regionais farão tudo para que se possa votar.
Intervindo num debate em Barcelona, um dia depois de o Tribunal Constitucional ter aceitado a tramitação de um recurso do Governo espanhol contra o processo de domingo - o que implica a sua suspensão imediata - Mas defendeu a importância do voto.
"Não tenham medo. Do que dependa de nós, tudo faremos para que se possa votar no domingo. E está tudo preparado", disse, numa intervenção em que recordou os antecedentes do processo que conduziu a esta semana.
Para Mas, os catalães devem participar em peso, não apenas para decidir se querem ou não a independência, mas também para "defender" a Catalunha perante um Estado que tem atuado com "menosprezo" e "incapacidade política".
Considerando o processo participativo um exemplo "do direito à liberdade de expressão" do povo catalão, Mas disse que é um "direito natural" defender o direito a decidir.
Perante notícias que referem uma possível intervenção policial para fechar locais de voto e perante o novo recurso do Governo e a suspensão do TC, Artur Mas apelou a que todos participem "sem medo, sem temor".
O líder catalão disse desejar a queda do "muro da intolerância" do Estado espanhol, que acusou de atuar com "desconhecimento, ignorância e menosprezo", demonstrando "enorme incapacidade política".
Na sua intervenção, no Fórum Tribuna Europa da Tribuna da Catalunha, Artur Mas referiu-se ao que considerou serem "maiorias amplas, civismo exemplar, pluralismo democrático e respeito legal" em resposta à postura do Estado espanhol.
Mas insistiu que o que se prevê organizar no domingo não é um referendo pelo que não pode ser um referendo encoberto e antes "um processo que pretende conhecer a opinião das pessoas".
"Estamos a fazer o que devemos fazer, em legítima defesa dos que veem as coisas de uma forma ou de outra. Todos devem participar defendendo a sua opinião, mas sabendo que, com ela, está a defender um país inteiro", afirmou.
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