POUPANÇA NO MINUTO
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"O que se passou no BES revela um modo bem português de agir"
João Salgueiro, ex-vice governador do Banco de Portugal e ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), disse hoje em declarações ao Jornal de Negócios, que considera que os mercados reagiram “bem nestes primeiros dias, houve quedas na bolsa mas isso é normal”, mas confessa que ficou ‘espantado’ com a crise no GES, mas que esta “revela um modo bem português de agir”.
© Global Imagens
Economia João Salgueiro
De acordo com o ex-vice governador do Banco de Portugal a crise no Grupo Espírito Santo (GES) não foi nada de espantoso, dizendo que o que se passou neste caso revela uma forma de conviver com os problemas bem própria dos portugueses, que só pensam no imediato descurando aspetos do futuro.
"Espanta-me o que aconteceu no Espírito Santo. Mas o que se passou revela um modo bem português de agir; convivemos com os problemas que são agravantes do futuro só pensando no imediato", revelou relativamente à crise vivida no Grupo Espírito Santo, traçando ainda um paralelismo com o que se passou em termos de dívida pública. “Também não esperava que o país chegasse ao estado de endividamento a que chegou. Ultrapassa tudo o que podemos imaginar”, conclui.
Porém, João Salgueiro que chegou a ser vice presidente da Caixa Geral de Depósito, considerou ainda que apesar de tudo, com a entrada de Vítor Bento, a saída de Ricardo Salgado, os problemas com a RioForte, pode considerar-se que a desvalorização do banco até nem foi assim tão grave.
“Os mercados reagiram bem nestes primeiros dias. Houve quedas na bolsa mas isso é normal. Foi possível uma emissão. O custo não foi muito elevado. Até foi baixo. Os indicadores são bons. Tudo vai depender do que conseguimos fazer no essencial: restabelecer a confiança no banco e quais as medidas que vão ser tomadas e pôr o País a crescer porque sem crescimento não há empregos para ninguém”, sintetizou Salgueiro, ao Negócios, comentando a crise no grupo financeiro mas também o estado da economia portuguesa.
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