Apesar de estar há muito anunciada, a saída de Gonçalo Ramos para o Paris Saint-Germain, num empréstimo, com opção de transferência definitiva, que poderá render ao clube lisboeta um total de 80 milhões de euros (ME), não deixou de ocorrer na pior altura, a poucos dias do arranque do campeonato e da disputa da Supertaça, que as 'águias' acabaram por conquistar, com um triunfo sobre o FC Porto (2-0).

Autor de 27 golos na temporada passada, em 47 jogos, o internacional português foi o principal 'artilheiro' do Benfica e o segundo melhor marcador da I Liga, constituindo a maior 'baixa' para o treinador alemão Roger Schmidt, que até estava a viver um defeso animador, graças ao músculo financeiro do clube.

O lugar habitualmente ocupado por Gonçalo Ramos deverá ser preenchido, no imediato, pelo croata Petar Musa, que deixou boas indicações sempre que teve de desempenhar esse papel - inclusive com um golo na Supertaça, depois de ter saído do 'banco' -, mas é provável que os 'encarnados' gastem parte dos milhões parisienses na contratação de mais um avançado.

O brasileiro Arthur Cabral, autor de 17 golos pela Fiorentina na época anterior, em 48 partidas, perfila-se como um dos mais fortes candidatos, enquanto o ucraniano Anatoliy Trubin, guarda-redes do Shakhtar Donetsk, poderá estar perto ser contratado, oferecendo a Odysseas Vlachodimos a concorrência que tem faltado ao grego.

Até segunda-feira, dia em que foi anunciada a saída de Gonçalo Ramos, Roger Schmidt tinha boas razões para sorrir. O técnico alemão manteve a base da equipa campeã nacional e apenas perdeu o defesa esquerdo espanhol Álex Grimaldo, que saiu a custo zero para o Bayer Leverkusen.

A contratação do checo David Jurásek ao Slavia de Praga parece capaz de remediar a saída de um dos jogadores mais influentes (não obstante a condição de lateral), mas foi o regresso do avançado Ángel Di María, campeão mundial pela Argentina, que libertou a euforia no Estádio da Luz.

Em fim de contrato com a Juventus, Di María optou por voltar a uma casa que encantou na primeira passagem, entre 2007 e 2010, sem custos para o Benfica, em contraste com os 25 ME (com possibilidade de atingir 30 ME) pagos ao Feyenoord por Orkun Kökçü, que fazem do médio turco a contratação mais cara do futebol português.

Segurando os jogadores mais influentes -- os defesas Otamendi, António Silva, Morato e Bah, os médios Florentino, Aursnes, João Neves e João Mário, e os avançados Neres e Rafa -, o Benfica tentará sagrar-se campeão nacional pela 39.ª vez e reforçar o estatuto de recordista de títulos.

A pré-época até começou de forma promissora, com vitórias sucessivas sobre Southampton (2-0), Basileia (3-1), Al Nassr, treinado por Luís Castro e no qual alinha Cristiano Ronaldo (4-1), e Celta de Vigo (2-0), mas terminou em apreensão, após as derrotas frente ao Burnley (2-0) e ao Feyenoord (2-1).

O Benfica começa na segunda-feira a defender o título, que conquistou após três anos de 'jejum' e na sequência de uma aposta declarada do presidente, Rui Costa, frente ao Boavista, no jogo que vai encerrar a primeira jornada da I Liga versão 2023/24.

Leia Também: Florentino após conquista da Supertaça: "Sempre o mesmo no doping"

Leia Também: FC Porto aponta "decisões bizarras" de Godinho: "Tendência acentuou-se"

Leia Também: Otamendi eufórico ao erguer Supertaça pelo Benfica após bater FC Porto