"É uma grande perda que nós temos, mesmo na circunstância atual do país. O bom senso, o sentido de equilíbrio, o respeito pela diferença, próximo, tudo isso quando as situações são difíceis avultam mais como indispensáveis", afirmou aos jornalistas à saída da Basílica da Estrela.
Adriano Moreira realçou ainda o papel de António Almeida Santos como "interventor na Assembleia [da república] de uma qualidade excecional" e que "deixa grande uma obra escrita".
"São dezenas de volumes e depois era um amigo de uma fidelidade total e sempre de uma devoção completa pelos interesses do país e pelo seu partido", salientou.
O constitucionalista e ministro do Ultramar no regime de Oliveira Salazar, entre 1961 e 1963, lembrou que conheceu o presidente honorário do PS em Moçambique, onde este viveu entre 1953 e 1974, dizendo que era um "advogado reputadíssimo".
"Era provavelmente o melhor advogado da província e lembro-me de alguma intervenção que foi necessário porque houve umas eleições e ele não tinha junto ao processo o bilhete de identidade para provar que era português. Isso conseguiu ser resolvido", recordou.
António Almeida Santos morreu na segunda-feira em sua casa, em Oeiras, com 89 anos, pouco antes da meia-noite, depois de se ter sentido mal após o jantar.
Desde terça-feira, já passaram pela Basílica da Estrela, onde o seu corpo está em câmara ardente, passaram além de familiares e amigos, personalidades da política, da finança e do meio artístico.
O corpo do presidente honorário do PS será cremado hoje no cemitério do Alto de São João, também em Lisboa, pelas 14:00.