"Eu sei que fora da Madeira muita gente não está à espera que seja daqui que venha a novidade, mas é daqui que pode vir a novidade e o voto no Livre é aquele que pode fazer essa diferença", afirmou, sublinhando que a política nacional está em "grande convulsão".
Rui Tavares falava os jornalistas numa ação de campanha do Livre, cuja candidatura é encabeçada por Marta Sofia, no mercado da freguesia do Santo da Serra, no interior do concelho de Santa Cruz.
"A política nacional está toda em grande convulsão e grande confusão, como nós sabemos, não há grande governabilidade", disse, para logo acrescentar: "É preciso dar um sinal de esperança às pessoas de que uma política de progresso e de ecologia pode ser feita com mais clareza, com mais participação, porque o que a direita nos tem estado a dar, seja a nível nacional, seja a nível regional, é confusão e ingovernabilidade, é tricas e birras entre PSD e Chega, e nós à esquerda temos de mostrar que temos mais responsabilidade."
O partido conta demonstrar que tem essa responsabilidade elegendo deputados ao parlamento regional no próximo domingo.
"A Madeira pode dar uma grande surpresa ao resto do país, pode ajudar a dar a volta à nossa política", declarou o dirigente, considerando que as pessoas se habituaram "a ver no Livre um partido que, no parlamento, quando é para fazer oposição, faz oposição de uma forma franca, leal, honesta, respeitosa, mas vigorosa".
Rui Tavares sublinhou ser necessária uma "governação à esquerda" na região autónoma, de modo "a acabar com o jardinismo e o albuquerquismo", numa referência aos líderes do PSD Alberto João Jardim, que governou entre 1978 e 2015, e Miguel Albuquerque, chefe do executivo desde 2015.
"A Madeira precisa, porque os vícios já são antigos e vão-se reforçando, porque os concursos públicos, os grandes projetos são feitos só para ganhar sempre os mesmos e não tanto para nos virarmos para a população local", disse.
O porta-voz alertou, no entanto, que governar de outra forma não é trocar maioria absoluta por maioria absoluta, nem um partido único por outro partido único, mas "fazer a política pela população e de outra maneira". E o Livre assume-se como "a garantia de fazer as coisas de outra maneira".
Rui Tavares disse ainda que este é um "partido de convergência" e que seria "muito importante para o país" que a Madeira desse o "primeiro sinal" de que é possível fazer política de outra maneira, com um combate ao "conluio entre poder económico e poder político".
Nas eleições do arquipélago há 14 candidaturas a disputar os 47 lugares do parlamento regional: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Em 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.
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