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Um Rio à aVentura num país de 'fantasmas' e futebol. As mais lidas do ano

À beira do apito final de 2018, recordamos as notícias mais lidas e mais marcantes, que nos dão um bom retrato da 'história do jogo' de 2018.

Um Rio à aVentura num país de 'fantasmas' e futebol. As mais lidas do ano
Notícias ao Minuto

17:33 - 31/12/18 por Pedro Filipe Pina , Melissa Lopes e Natacha Nunes Costa

Política 2018 em revista

Com 2018 a terminar, é altura de espreitar o que este ano nos deixou. No Notícias ao Minuto andámos a espreitar, mês a mês, as notícias que marcaram o ano e que mereceram mais leituras por parte de quem está desse lado do ecrã.

Na hora de fazer as escolhas, vestimos a braçadeira de Fernando Santos e convocámos para este texto as notícias que marcaram o ano. Houve substituições e ‘chicotadas psicológicas’. Houve candidatos e deputados a ficarem ‘fora de jogo’ e até presenças no Parlamento que mereceram confirmação do ‘video-árbitro’. Mas não estranhe se lhe dissermos que este texto é sobre política e não sobre futebol.

O ano começou com uma novidade: uma espécie de ano-zero no PSD. Depois da liderança de Passos Coelho no governo do tempo da troika, o PSD chegou ao momento da sua própria ‘chicotada psicológica’. Passos Coelho demitiu-se e abriu caminho a uma renhida eleição.

Rio ao leme do PSD, Passos professor e Costa seguro

Em janeiro, Rui Rio era eleito presidente do PSD, derrotando Santana Lopes. Ainda não o sabíamos mas o PSD preparava-se para ver elementos seus abandonarem o partido para fundarem novas equipas. Entretanto, janeiro trazia-nos também uma polémica política com contornos futebolísticos, sem ‘pernas’ que chegassem para virar caso de justiça. “É ridículo achar que um ministro se vendia por bilhetes de futebol”, comentava Miguel Sousa Tavares sobre a passagem de Mário Centeno pelas bancadas do Estádio da Luz.

Fevereiro chegou e com ele trouxe um pedido de desculpas do PS a Bruno Carvalho por um “lapso” no Twitter. O então presidente do Sporting viveria um mês de fevereiro ainda de aclamação em assembleia-geral em Alvalade. Uns meses depois, estaria no centro de uma ‘tempestade’ que misturou futebol e política. Mas já lá vamos.

Fevereiro trouxe-nos também um comentador de televisão afeto ao Benfica que se destacara nas autárquicas de 2017 com frases polémicas, nomeadamente declarações sobre a etnia cigana que valeram um processo. Mas o mês mais pequeno do ano contou ainda com outro tema a surgir em debate. Falamos da canábis, que para o deputado bloquista Moisés Ferreira merecia uma posição clara. "Hoje em dia, receitam-se drogas muito mais potentes do que a canábis”.

Março veio acompanhado de “amor cristão” numa troca de argumentos nas redes sociais entre o líder da Juventude Popular e Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda. Mas levou também a nossa atenção para a universidade, mais concretamente para o ISCSP, onde Passos Coelho se preparava para uma nova fase de carreira (não sem polémica).

No futebol costuma-se dizer que quando um treinador não tem os jogadores consigo, tem os dias contados. Na universidade não é bem assim. O socialista Vital Moreira fez de ‘treinador de bancada’ e ajudou a pôr fim à controvérsia. Afinal de contas, afirmou, “os estudantes não são os donos das universidades”. No mês da primavera e dos primeiros calores, António Costa garantia que não atiraria a toalha ao chão caso as tragédias dos incêndios se repetissem este verão. "A solução não é demitirmo-nos", afirmava. 

Em abril, a polémica invadia as 'quatro linhas' do Parlamento com o subsídio de mobilidade dos deputados das ilhas na mira. Paulino Ascenção, deputado do Bloco de Esquerda eleito pela Madeira, acabaria por abandonar o jogo a meio, depois da notícia de duplicação dos abonos nas deslocações, renunciando ao cargo.

Eutanásia, ataque a Alcochete, e o adeus de Sócrates ao PS

Maio foi mês de aceso debate sobre a eutanásia, que acabaria por ser chumbada no Parlamento. Mas este foi também o mês de um episódio de violência no futebol que fez correr tinta à volta do mundo.

Um grupo de dezenas de encapuzados invadiu a Academia do Sporting e agrediu técnicos e jogadores. O caso mereceu reações de todos os quadrantes, incluindo de Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Ferro Rodrigues, o presidente da Assembleia da República, que afirmou que o ataque em Alcochete “não é um mero caso de polícia”.

Maio foi também o mês em que José Sócrates 'pendurou as botas' rosa para pôr fim ao "embaraço mútuo". A decisão do antigo primeiro-ministro deixou Costa "surpreendido", uma vez que não havia qualquer tipo de mudança da posição da direção do PS sobre aquilo que "escrupulosamente" havia dito desde o início: "Separação entre aquilo que é da justiça e aquilo que é da política".

Enquanto em junho boa parte do país debatia se Bruno Carvalho continuaria como presidente do clube e se poderia ir a eleições, os professores iam fazendo ouvir a sua voz, com o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, a ficar com “um sarilho” nas mãos, que poderia vir a ter consequências eleitorais.

Julho ficou por conta de um protagonista em particular. Ricardo Robles, o bloquista que conquistara um lugar de vereador na Câmara Municipal de Lisboa, virou notícia por um negócio imobiliário de milhares de euros que poderia render milhões.

Com o mercado imobiliário ao rubro, a imagem de Robles foi afetada, levando mesmo ao seu pedido de demissão. Ricardo Robles ficou ‘fora de jogo’ mas o seu nome até serviu para batizar uma taxa para o setor imobiliário com o seu nome.

Em agosto, com o Parlamento fechado para férias, voltava a haver novidades no campo do PSD: Santana Lopes cumpria uma ameaça de anos e abandonava o partido para formar o seu. Chamou-lhe Aliança, foi acusado de 'copiar' táticas, e teve de esperar apenas algumas semanas para contar com concorrência, curiosamente uma que pertencera ao seu partido.

Chega, de Ventura, as unhas da Isabel e as presenças fantasma

Falamos de André Ventura, que este ano também ‘saltou do banco’ do PSD para assumir o controlo da nova equipa. Chega, declarou. E assim setembro viu nascer outro partido.

Ainda em setembro, - tal qual Mourinho, Number One e despedido -, a notícia mais vista do ano na secção de Política do Notícias ao Minuto foi o pedido de explicações por parte do PCP sobre a 'vingança' de uma empresa a uma funcionária que acusou a entidade patronal de assédio moral.

Já quando outubro começou havia uma fotografia no lugar do debate. As unhas da deputada socialista Isabel Moreira mereceram um ‘cartão amarelo’ das redes sociais, enquanto, no Parlamento, o deputado do PSD Carlos Abreu Amorim tentava mostrar um ‘cartão vermelho’ ao ministro socialista Vieira da Silva, recorrendo a um ‘fantasma’ de um Governo passado: “Tenha vergonha, foi ministro de Sócrates”, ouviu-se por entre a gritaria no Parlamento.

Continuamos na Assembleia da República no mês em que houve ‘vídeo-árbitro’ parlamentar. O nome de José Silvano, do PSD, aparecia na ‘ficha de jogo’ mesmo quando não tinha estado no Parlamento. Uma colega assumiu as culpas pelas presenças-fantasma. À boa maneira do futebol em tempos de VAR, imagens do Canal Parlamento permitiram reverter a decisão.

Outubro seria também o mês de o ministro Azeredo Lopes abandonar as 'quatro linhas' da governação, na sequência do caso do roubo das armas de Tancos. Uma saída que Costa aproveitaria para renovar parte da sua equipa. Nomeou um novo ministro da Defesa, mexeu na pasta da Saúde, na da Cultura, mas também no Ministério da Economia. 

Novembro foi mês de touradas. Reduzir ou não reduzir o IVA? Eis a questão. Para Graça Fonseca, chamada a jogo na reta final do campeonato, "não há cultura de gosto" mas "valores civilizacionais" nas políticas, defendo por isso que o IVA nas touradas deveria, ao contrário dos espectáculos culturais, manter-se nos 13%. 

O mês não terminaria sem o VAR parlamentar ser chamado novamente a intervir, agora para analisar a forma como o social-democrata Feliciano Barreiras Duarte ‘votou’ num Orçamento sem estar na sala. Desta vez foi Maria das Mercês Borges a assumir as culpas pela falha.

E foi assim que novembro lá foi substituído por dezembro, para um final de ano em que o caso de Tancos, que já tinha feito baixas no Governo de António Costa, contou com desenvolvimentos e até um pedido do PS para ouvir o primeiro-ministro no Parlamento.

Eis os 'lances mais disputados' de janeiro a dezembro:

Janeiro - Rui Rio é o novo presidente do PSD

Fevereiro- André Ventura (novamente) processado por declarações sobre etnia cigana

Março -"Com amor cristão", líder da JP responde a publicação de Joana Mortágua

Abril - Polémica leva deputado do Bloco de Esquerda a renunciar ao mandato

Maio - Parlamento trava despenalização da Eutanásia

Junho - Maioria absoluta? Ministro da Educação "meteu o Governo num sarilho"

Julho - "Pelos vistos, por ser comunista não posso entrar num hospital privado"

Agosto - Após criar Aliança, Santana é acusado de copiar ideias de partido liberal

Setembro - Empresa vinga-se de mulher que não pôde despedir. PCP quer explicações

Outubro - Isabel Moreira apanhada a pintar as unhas durante o debate do Orçamento

Novembro - "Não assinei propositadamente. Percebo que o fiz inadvertidamente"

Dezembro - Deputada do PSD que assinou presença por Barreiras Duarte pede demissão

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