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Maioria absoluta? Ministro da Educação "meteu o Governo num sarilho"

O biólogo acredita que a "guerra" que o ministro da Educação comprou com os professores custará ao PS a "sonhada" maioria absoluta em 2019.

Maioria absoluta? Ministro da Educação "meteu o Governo num sarilho"
Notícias ao Minuto

12:36 - 05/06/18 por Tiago Miguel Simões

Política Joaquim Jorge

O fundador do Clube dos Pensadores debruçou-se sobre a decisão do ministro da Educação de não querer ver contabilizados os anos de serviço dos professores portugueses e de ter alegadamente chantageado os sindicatos para levar a sua avante, deixando as negociações caírem por terra. 

Joaquim Jorge acredita que “Tiago Brandão meteu o Governo num sarilho que, sendo assim, António Costa e o PS não vão ter a sonhada maioria absoluta, em 2019”. Para o biólogo, o problema dos professores é serem muitos. Isto porque “quando há um aumento de vencimento nota-se bastante”. Em contrapartida, defende que na hora de fazer uma greve, manifestação ou até votar nas eleições a mesmo problema torna-se uma vantagem. “Fazem sempre mossa”, diz num artigo de opinião remetido ao Notícias ao Minuto

“O Governo e o ministro da Educação têm memória curta. José Sócrates perdeu a sua maioria absoluta por ter afrontado desmesuradamente os professores e foi obrigado a sair. Mais tarde, foi Pedro Passos Coelho que perdeu a maioria e também saiu”, relembra, acusando o ministro da Educação de não ter “tato e sensibilidade” e de mostrar “indiferença para com os múltiplos problemas que se debatem os professores em Portugal”. 

Joaquim Jorge vai mais longe e diz que o governante apenas se reuniu com os sindicatos no final do ano letivo e apenas por ter sido pressionado com o espetro de uma greve. “O ministro não ficou atrás e fez um ultimato, ou aceitam um acordo ou não conta nenhum tempo de serviço, salienta o biólogo que defende que “esta não é a forma com que nos habitou António Costa a negociar”. 

Para o fundador do Clube dos Pensadores, o objetivo do ministro seria virar os professores contra os sindicatos de forma que estes os forçassem a “aceitar o inaceitável”. 

Contagem integral do tempo de serviço; regras próprias para aposentação dos professores; repor o horário em 35 horas semanais respeitando a componente letiva, não letiva e individual de trabalho; repensar a municipalização e a gestão democrática nas escolas. Estas são as questões em debate, afiança Joaquim Jorge. 

“Os professores têm fama de nada fazerem e subirem na carreira automaticamente. Infelizmente têm fama, mas não têm proveito. Ao contrário dos deputados da Nação que ganham bem e têm subsídios para tudo e mais alguma coisa”, acusa o biólogo que diz correr-se o risco de que em Portugal ninguém queira ser professor.

“Os professores são uma classe decididamente em vias de extinção. No futuro próximo, em Portugal, ninguém vai querer ser professor e teremos de aceitar imigrantes para darem aulas. Em Inglaterra a maioria dos professores é indiana, em Portugal será dos PALOPs”, prevê o fundador do Clube dos Pensadores, para quem a solução para este problema passa pela aceitação do Governo de que os professores são funcionários públicos.

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