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Esta equipa "desempoeirou" a PSP graças ao humor no Facebook

E, de repente, a PSP tornou-se cool. O Notícias ao Minuto fez uma visita ao gabinete onde a magia acontece e conta-lhe como conseguem estes polícias fazê-lo sorrir com assuntos sérios.

Notícias ao Minuto

09:21 - 01/11/16 por Carolina Rico

País Redes Sociais

São polícias, mas também são ‘nerds’, sabem reconhecer algo potencialmente viral e as redes socias são a sua segunda casa. O trabalho desta equipa é educar o público para segurança, algo que, dizem eles, não é nada que não possam fazer “com um sorriso”.

O Notícias ao Minuto foi conhecer os responsáveis pelo Facebook da Polícia de Segurança Pública, a página governamental com mais seguidores do país e que está a revolucionar a comunicação institucional.

Se ainda não conhece o fenómeno, podemos resumir que as publicações da PSP, sempre pertinentes no que à mensagem diz respeito, se destacam pelo sentido de humor. Pode conhecer alguns exemplos na galeria acima.

O objetivo é “desempoeirar”, conta Hugo Palma, “deixar de ser a coisa cinzenta que associamos ao Estado e às instituições, essa coisa muito lapidada e monolítica”.

Hugo é o diretor do Gabinete de Imprensa e Relações Públicas, ou como o próprio se descreve “o travão dos criativos, infelizmente”. É dele a última palavra no que diz respeito às publicações e nem sempre é fácil decidir se algo é desadequado.

“A aposta tem sido numa comunicação mais descontraída mas eu nunca me posso esquecer em momento nenhum que continuamos a ser uma instituição policial e que há limites que temos de ter em atenção […] às vezes perdemos mais tempo a saber se vamos avançar com a publicação ao não do que propriamente a pensá-la”.

À caça de Pokémons

A publicação que até ao momento levantou mais dúvidas foi a associada ao Pokémon Go.

“Num fim-de-semana um agente estava a jogar e captura um Pokémon junto a um carro de patrulha. Enviou-nos a imagem a dizer ‘olhem, já apanhei um pokemon’ então essa imagem serviu para brincarmos”, conta Hugo Palma.

“Notámos que outras polícias mundiais começavam a fazer pequenos alertas a propósito do jogo Pokémon Go e já tinham pensado em fazer algo semelhante. Percebemos que havia ali riscos e criamos um guia de conselhos e a nossa própria pokébola. Correu bem e as pessoas perceberam qual era a intenção”.

As instituições de outros países são cada vez mais ousadas nas redes socias, mas em Portugal apenas a PSP está a seguir o exemplo, uma fórmula infalível para chegar a mais pessoas no momento de passar uma mensagem importante.

Com mais de 523 mil 'gostos', a página de Facebook da PSP ganhou cerca de 100 mil novos seguidores desde que, no início do ano, sob a alçada de Hugo Palma, começou a apostar na boa disposição.

Na opinião do intendente, “qualquer pessoa que esteja nas redes sociais gosta de descontrair, rir, de ter um momento para pensar. É uma forma mais fácil de entrar melhor na nossa retina, no nosso ouvido porque não estamos com uma lógica de mestre-escola a debitar conselhos de forma muito cinzentona. Podemos fazê-lo com um sorriso, porque não?”

Para além de Hugo Palma, de 43 anos, trabalham na equipa responsável pelo Facebook da PSP Rui Abrantes, na casa dos 20 anos, José Meira, que com mais de 50 anos e netos é carinhosamente apelidado de “o avô” e João Aleixo, “o estagiário”, na casa dos 20.

O subcomissário João Moura não faz parte da equipa, diretamente, mas é um autêntico “radar de tendências”. Há uma nova música viral a circular na internet? Ele sabe e tem uma ideia pronta a sugerir.

Nenhum deles teve formação específica na gestão de redes sociais. São polícias, uns com alguma formação na área da comunicação, outros autodidatas. No Facebook a regra é “50% métricas, 50% inspiração”.

'Haters Gonna Hate'

Apesar dos milhares de ‘gostos', um projeto pioneiro corre sempre o risco de se tornar alvo dos ‘velhos do Restelo’.

O impacto foi na maioria positivo, e ler a grande maioria dos comentários é “gratificante”, mas diz Hugo Palma: “também temos os nossos haters, e 'haters will always hate'”

Por regra, a PSP não oculta comentários menos favoráveis, com exceção dos filtrados por profanidade.

“Às vezes temos críticas menos simpáticas, um bocadinho mais violentas, às vezes um pouco injustas, mas deixamo-las lá. O que é curioso é que as vezes são os nossos seguidores que nos defendem”.

Outra política é responder a todas as mensagens que recebem no Facebook. Algumas são sugestões e pedidos de conselhos, outras, muitas outras, são denúncias de crimes que têm depois seguimento.

Ambições para o futuro? Hugo Palma deixa um desejo, em nome de toda a equipa - “espero que o humor continue a ser a nossa arma nas redes sociais”.

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