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Luso-descendente juntou-se a protestos contra a violência na Venezuela

A portuguesa Angélica Bettencourt juntou-se hoje, pela primeira vez, aos protestos da oposição contra as políticas do Governo venezuelano, revoltada com a escassez de produtos no mercado e desagradada com a violência dos últimos dias no pais.

Luso-descendente juntou-se a protestos contra a violência na Venezuela
Notícias ao Minuto

19:06 - 22/02/14 por Lusa

País Revolta

Filha de imigrantes madeirenses, de 25 anos, temerosa pelo que lhe possa acontecer, decidiu vestir uma t-shirt branca, mas sem mensagens, colocar um boné com as cores e os símbolos da bandeira venezuelana na cabeça, para expressar a sua indignação, mas confiante de que será apenas mais uma pessoa, entre os milhares de manifestantes.

"Já não suporto mais esta situação, tenho amigos que foram assaltados, sequestrados, alguns foram embora do país e há duas semanas tentaram roubar-me o carro. Tenho muito medo do que será o futuro, do que me possa acontecer e não podia continuar a ser indiferente", disse à Agência Lusa.

"Estou a estudar veterinária, com muitos esforço e cansaço passo o dia dividida entre o trabalho, a universidade e os estudos. Agora tenho que conseguir mais de uma hora diária para ir à procura de produtos que não se conseguem como a farinha de milho, o óleo, a margarina, o leite em pó, e o mais absurdo, até de papel higiénico e estamos num país petrolífero", frisou.

Decepcionada com o pais, explicou que jamais pensou que isto acontecesse.

No meio da conversa ouvem-se os milhares de manifestantes dizer "vai cair, vai cair, este governo vai cair" e Angélica discorda da atitude.

"Não estou de acordo com isso, vim para expressar a minha indignação e para juntar uma voz mais reclamando pela violência, pela escassez, pelos altos preços, pelas limitações, pela falta de papel para os jornais, não para tombar um Governo", disse.

"Sou portuguesa e venezuelana, amo ambos países e ficaria muito triste se um dia tivesse que obrigatoriamente deixar a Venezuela, mesmo que fosse para viver em Portugal. Só posso apelar à paz e unir-se às vozes querem ver fortalecida a democracia e as liberdades", concluiu.

Na quarta-feira, a capital venezuelana foi palco da maior mobilização contra o Presidente Nicolás Maduro, desde a sua eleição em abril de 2013.

Violentos confrontos ocorreram à margem da manifestação, de que resultaram três mortos, 66 feridos, e 69 detidos.

Nas últimas semanas, o Governo venezuelano tem enfrentado o crescente descontentamento de parte da população num contexto de inflação elevada (56,3% em 2013), escassez de alimentos e produtos de consumo, e insegurança.

Na sexta-feira, Nicolás Maduro tentou recuperar o controlo político, ao anunciar um plano para lutar contra a violência, que inclui o reforço de patrulhas da polícia e desarmamento da população num país onde as armas são abundantes, escreve a AFP.

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