Presidente da Turquia ameaça Tribunal por libertar jornalistas
O Presidente de Turquia, Recep Tayyip Erdogan, fez hoje ameaças veladas contra os juízes do Tribunal Constitucional ao criticar a sua decisão de libertar dois jornalistas, que estavam em prisão preventiva acusados de espionagem.
© Getty Images
Mundo Tayyip Erdogan
O Tribunal pronunciou "uma sentença contra a nação e o povo no que é um dos exemplos mais claros de um ataque massivo à Turquia", afirmou Erdogan, durante um discurso noticiado pelo diário Hurriyet.
O Presidente turco classificou assim a libertação dos jornalistas Can Dundar e Erdem Gul, do diário Cumhuriyet, que passaram 92 dias em prisão preventiva por publicarem informação e imagens de um alegado transporte de armas da Turquia para a Síria, custodiado por agentes dos serviços de informações turcos.
"Sou responsável pelo controlo do trabalho dos organismos estatais e pela aplicação da Constituição. Quem desrespeitar os seus limites tem de se haver comigo", declarou.
Erdogan acrescentou: "Estou muito dececionado e triste por esta decisão".
O Tribunal Constitucional declarou em 25 de fevereiro que a prisão preventiva dos jornalistas violava os seus direitos pessoais e profissionais. O tribunal de 1.ª instância, que tinha decretado a sua detenção, acatou a sentença, ordenando a sua libertação.
O Presidente também criticou o tribunal de 1.ª instância, por acatar a decisão do Constitucional, afirmando que "deveria ter resistido".
Erdogan já tinha declarado, pouco depois da libertação de Dundar e Gul, que "não reconhecia" a sentença do Tribunal Constitucional, uma frase duramente criticada por uma das máximas figuras do próprio partido do Presidente, Bulent Arinç, que é cofundador do partido AKP.
"Decidir que não se reconhece uma decisão do Constitucional não é aceitável, porque o Presidente jurou esta mesma Constituição", comentou Arinç, no início de março, ao felicitar o Tribunal por ter libertado os jornalistas.
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