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Há um restaurante chinês no Quénia que não deixa entrar negros

A comissão dos Direitos Humanos do Quénia está a analisar o caso de um restaurante chinês de Nairobi que proibiu a entrada de negros depois das 17:00, foi hoje noticiado nos media locais.

Há um restaurante chinês no Quénia que não deixa entrar negros
Notícias ao Minuto

11:28 - 24/03/15 por Lusa

Mundo Nairobi

A comissão de Direitos Humanos queniana afirmou que vai analisar o caso por alegada discriminação dos africanos negros, acrescentaram.

"Se descobrirmos que as denúncias são reais, a licença do restaurante será imediatamente cancelada, mas o caso deve ser estudado, em conformidade com a lei", declarou o governador do condado de Nairobi, Evans Kidero.

O estabelecimento, com uma clientela maioritariamente chinesa, ordenou aos seguranças (de nacionalidade queniana) que impeçam a entrada de "todos africanos" depois das 17:00, só podendo entrar negros na companhia de um asiático, ou considerados "clientes leais".

Um "cliente leal" deve gastar, por refeição, pelo menos 20 mil xelins quenianos (200 euros) durante um período não especificado, de acordo com o restaurante.

O estabelecimento usa esta regra há quatro anos, mas a divulgação pública só aconteceu esta semana, depois de noticiada no Daily Nation.

O proprietário do restaurante Zhao Yang foi detido na segunda-feira por falta de pagamento da licença anual à autoridade reguladora do Turismo queniana desde 2011.

Yang foi libertado sob fiança e deverá comparecer em tribunal na quinta-feira, data limite para o pagamento da dívida de 227 mil xelins quenianos (cerca de 2.300 euros).

Um funcionário do restaurante, que pediu o anonimato, admitiu à agência noticiosa espanhola EFE que os proprietários "não gostam de africanos".

Os brancos podem entrar a qualquer hora no restaurante e têm uma ementa em inglês.

Em comunicado, a direção do restaurante justificou ser "pouco provável" que os africanos se sintam confortáveis no local durante o jantar, já que este organiza numerosas festas chinesas. O restaurante também afirmou que vários clientes chineses foram roubados por "africanos negros".

Ao Daily Nation, a relações públicas do restaurante disse que esta regra está relacionada com a segurança: "Não admitimos africanos que não conhecemos por nunca se poder saber quem é do Al Shabab (grupo jihadista) ou quem não é".

Alguns políticos pediram "que não se responda ao racismo com mais racismo", numa tentativa de acalmar a situação, uma vez que a China é o principal construtor estrangeiro no Quénia, onde está a realizar uma grande autoestrada e uma linha ferroviária que vai ligar Kampala (Uganda) a Mombaça.

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