Ásia-Pacífico. Nova Zelândia acusa China de espionagem na luta por poder
Os serviços secretos neozelandeses acusaram hoje a China de interferir nos assuntos internos da Nova Zelândia através de espionagem, o que atribuem à crescente luta pelo poder na região da Ásia-Pacífico.
© Getty Images
Mundo Ásia-Pacífico
Além da China, o Serviço de Informações de Segurança da Nova Zelândia (NZSIS, na sigla em inglês) também denunciou num relatório interferências da Rússia e do Irão.
"Apenas um pequeno número de Estados interfere nos assuntos da Nova Zelândia, mas alguns fazem-no de forma persistente e com potencial para causar danos significativos", lê-se no relatório, segundo a agência espanhola Europa Press.
O NZSIS disse que as agências chinesas têm estado a "monitorizar persistentemente as comunidades de expatriados chineses na Nova Zelândia".
"Vemos que estas atividades estão a ser levadas a cabo por grupos e indivíduos ligados aos serviços secretos da República Popular da China", denunciou o NZSIS, segundo a agência noticiosa também espanhola EFE.
Embora a Nova Zelândia faça parte da aliança de serviços secretos Five Eyes, com Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Austrália, tem sido criticada por adotar uma atitude laxista em relação à China por razões comerciais.
O relatório do NZSIS surgiu no meio de preocupações sobre a segurança da região do Pacífico com a assinatura, em 2022, de um pacto de segurança e cooperação militar entre a China e as Ilhas Salomão.
A Nova Zelândia e a Austrália, historicamente as potências influentes da região, denunciaram no passado ciberataques de indivíduos ou grupos ligados à China.
Segundo a Rádio Nova Zelândia, foi a primeira vez que a agência de espionagem neozelandesa divulgou uma avaliação não classificada das ameaças.
No relatório, destacou o aumento da concorrência global, a queda da confiança do público, a inovação tecnológica e a instabilidade económica global.
"A posição geográfica da Nova Zelândia no Indo-Pacífico, os nossos laços com outros países do Pacífico e os nossos interesses comuns numa região estável, próspera e resistente atrairão a atenção dos serviços de informação estrangeiros", afirmou.
Os serviços secretos disseram também que o Irão tem estado envolvido em interferências no país, monitorizando e informando sobre comunidades iranianas e grupos dissidentes na Nova Zelândia.
O NZSIS associou a guerra da Rússia na Ucrânia a uma série de problemas, incluindo o aumento da concorrência geopolítica, as perturbações na cadeia de abastecimento e os esforços para espiar outros países e semear a desinformação.
"As campanhas internacionais de desinformação da Rússia não visaram especificamente a Nova Zelândia, mas tiveram um impacto nas opiniões de alguns neozelandeses", referiu, segundo a agência norte-americana AP.
A nível interno, a agência concluiu que o extremismo violento continua a representar uma ameaça, depois de um supremacista branco ter matado 51 pessoas em duas mesquitas de Christchurch em 2019.
"Continuamos a assistir a linguagem inflamatória e a abusos violentos em linha dirigidos a uma grande variedade de pessoas de comunidades já marginalizadas", assinalou o NZSIS.
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