Japão considera segurança em Moçambique "extremamente importante"
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, classificou hoje a segurança em Cabo Delgado, região no norte de Moçambique afetada por insurgência armada, como "extremamente importante" e garantiu apoio aos esforços de estabilização.
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Mundo Fumio Kishida
"Isso é extremamente importante também para a operação das empresas japonesas no norte de Moçambique", referiu em Maputo, na conferência de imprensa final do seu périplo por África.
A japonesa Mitsui faz parte do consórcio liderado pela TotalEnergies que em 2021, devido a ataques armados, teve de suspender o maior investimento privado em África: 20 mil milhões de euros para construção de uma fábrica de exploração e liquefação de gás natural em Palma, Moçambique.
Outras firmas nipónicas participam na cadeia de investimentos relacionados com o projeto.
"O governo do Japão também está disposto a impulsionar os esforços para a recuperação da segurança e já estamos comprometidos em dar apoio financeiro", disse, sem detalhes.
A insurgência armada grassa desde 2017, sendo que, nos últimos anos, o grupo Estado Islâmico tem reivindicado algumas das ações.
Moçambique recebeu apoio de tropas do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) desde 2021, após o ataque a Palma, e a segurança foi reestabelecida num perímetro em redor dos estaleiros da zona industrial, persistindo noutros pontos.
Mas mesmo antes de responder a uma questão sobre Cabo Delgado, Fumio Kishida já tinha apontado Moçambique como parceiro para construir uma região livre e pacífica.
"Trabalharemos para fortalecer o uso pacífico do mar e a conectividade sob um novo plano para o Indo-Pacífico livre e aberto", referiu, ao destacar pontos-chave em relação aos países que visitou.
"O desenvolvimento do porto de Nacala", no norte do país, com envolvimento japonês, "vai contribuir para a conectividade na região Indo-Pacífica e tem o potencial de impulsionar o crescimento em Moçambique e na região circundante", exemplificou.
São sinais de investimento, com um reflexo claro na comitiva que acompanhou Kishida: "Como parte disso, neste momento, uma missão conjunta pública e privada com mais de 50 participantes está aqui a visitar Moçambique", sublinhou.
O líder do Governo nipónico disse que o futuro assenta na ideia de "expandir a relação com Moçambique", incluindo no âmbito da Conferência Internacional de Tóquio para o Desenvolvimento da África (TICAD, sigla inglesa), em que o país lusófono tem participado.
"Na África Austral, Moçambique tem potencial e é um país com recursos", destacou, na capital onde terminou a viagem por África que incluiu Egito, Gana e Quénia.
"Vamos fortalecer as relações económicas com estes importantes centros económicos de África e promover a entrada de empresas japonesas", disse.
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