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Crise política revela "falta de mandato forte" para cumprir programa

Os economistas do JP Morgan defendem que a crise política em Portugal demonstra "a falta de mandato forte" para cumprir o programa de assistência e que a realização de eleições é o pior cenário para a Alemanha.

Crise política revela "falta de mandato forte" para cumprir programa
Notícias ao Minuto

19:15 - 04/07/13 por Lusa

Economia JP Morgan

"Independentemente do que acontecer, esperamos que Portugal procure a renegociação dos termos do programa atual. A discórdia política dos últimos dias evidenciou a falta de mandato forte para cumprir o programa tal como ele é atualmente", defendem os economistas do JP Morgan, alertando que "isto vai ser desafiante".

Num relatório especial hoje divulgado com o título "Renegociar Portugal: opções e riscos", os técnicos do JP Morgan reconhecem que Portugal enfrenta uma série de desafios difíceis nos próximos dias e semanas, com a possibilidade de as perturbações políticas se prolongaram além do horizonte da próxima revisão da 'troika' [Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia] que começa a 15 de julho".

Para o JP Morgan, há três cenários possíveis: a estabilização do Governo atual, a formação de um novo Governo com o mesmo parlamento e a realização de eleições legislativas, sendo que, "no presente, a primeira opção parece a mais provável", considerando a instituição que há 60% de hipóteses de este cenário se concretizar.

Quanto ao cenário da convocação de eleições em setembro, a que o JP Morgan atribui uma probabilidade de apenas 20%, "isso iria complicar os desenvolvimentos em relação à campanha alemã e iria colocar dilemas à chanceler Merkel".

Considerando que a realização de eleições é "provavelmente o cenário que implica mais danos", os peritos do JP Morgan referem que o escrutínio seria pouco antes das eleições alemãs, o que iria criar riscos sérios de que as duas campanhas interagissem de uma forma prejudicial.

Por um lado, Merkel seria forçada a renovar as preocupações com os países periféricos e, por outro, os políticos portugueses teriam a tentação de fazer afirmações contra a austeridade e contra a Alemanha, argumenta o relatório.

Considerando que há margem de manobra no campo orçamental, os técnicos indicam que "está por saber se há vontade entre os parceiros de Portugal, sobretudo a Alemanha e o FMI, para dar mais apoio (apesar de algum alívio fazer sentido, o contexto eleitoral na Alemanha complica significativamente este assunto)".

De acordo com as estimativas da instituição, as opções de Portugal passam por alguma renegociação do ritmo do ajustamento orçamental, a reestruturação dos empréstimos oficiais, o apoio do mercado secundário e um novo programa de resgate.

O JP Morgan considera que o mais provável é que Portugal precise de um segundo programa, uma vez que o país tem de emitir cerca de 15 mil milhões de euros no mercado primário nos próximos 4 anos, uma situação que só considera possível se a crise política em curso for resolvida muito rapidamente e sem alterações significativas aos termos do programa de assistência.

"Acreditamos que o retrocesso [económico] devido à crise [política] portuguesa pode ser contido desde que os maiores partidos consigam formar um governo, com ou sem eleições e desde que o envolvimento do setor privado não seja uma opção. O que quer que aconteça, os acontecimentos mostraram as tensões existentes e o cansaço da austeridade em Portugal e podem ter feito danos de longo prazo no que se refere à imagem externa do país", alerta ainda o JP Morgan.

Paulo Portas apresentou a demissão do cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros na terça-feira, por discordar da decisão de Passos Coelho de nomear a antiga secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, para ministra das Finanças, depois de Vítor Gaspar se ter demitido desta função na segunda-feira.

No entanto, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, numa declaração ao país também na terça-feira, disse que não aceitou o pedido de demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros. Desde então, os dois líderes da coligação PSD/CDS têm mantido encontros bilaterais para resolver o impasse político a que chegaram.

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