BPI cortou 214 postos de trabalho nos últimos 12 meses
O Banco BPI reduziu o quadro de pessoal em 214 colaboradores e encerrou 18 balcões e um centro de empresas no último ano, tendo previsto o fecho de mais 26 agências até ao final de julho, revelou hoje o presidente.
© Reuters
Economia Ulrich
No final de junho, o banco liderado por Fernando Ulrich contava com um total de 5.952 trabalhadores em Portugal e, já contando com o fecho de balcões previsto até ao final do presente mês, a rede doméstica passa para 610 pontos de contacto com os clientes, entre balcões tradicionais, centros de investimento, lojas habitação e centros de empresas.
Questionado pelos jornalistas durante a apresentação das contas semestrais sobre os planos existentes a este nível até ao final do ano, Ulrich não abriu o jogo.
"Não vou dar dados concretos sobre o que vamos fazer até ao fim do ano. Certo é que com um crescimento [económico] fraco a moderado, taxas [de juro] baixas e muita oferta no setor bancário, o tema dos custos vai ser um tema importante durante muito tempo", afirmou.
Mas deixou uma garantia: "Não vamos fazer revoluções".
Durante a conferência de imprensa que decorreu na sede do banco em Lisboa, Ulrich foi confrontado com uma série de temas, aos quais foi respondendo com mais ou menos detalhe.
Desafiado a comentar como é que vê o BPI daqui a um ano, depois de falhada a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo o CaixaBank e de admitir que não há avanços num eventual processo de fusão com o BCP, Ulrich disse que "o banco daqui a um ano estará melhor do que hoje".
E reforçou: "Daqui a um ano, vejo o BPI bem, mais sólido e mais saudável do que é hoje".
Já sobre toda e qualquer pergunta sobre a situação de Angola e as negociações que decorrem com o Banco Central Europeu (BCE), nem uma palavra.
"O assunto BCE/BFA [Banco de Fomento Angola] é confidencial. Ponto!", vincou.
Mais tarde, o líder do BPI acabou por dizer que o BFA "é um ativo extraordinário", admitindo que "preferia que não existisse a questão do BCE".
As novas regras de exposição dos bancos europeus a países terceiros exigidas pelo BCE, onde se inclui Angola, vai pesar mais nos rácios dos bancos portugueses com posições em bancos angolanos, como é o caso do BPI, que detém 50,1% do BFA.
Também a exposição creditícia e à dívida soberana de Angola entra nestas contas.
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