Trabalhadores da RTP Porto criticam "arrogância" de director de programas
A Subcomissão de Trabalhadores da RTP/Porto criticou hoje a "arrogância" do diretor de Programas Hugo Andrade, cuja acusação de falta de criatividade daquela equipa foi apelidada de “grotesca, infeliz e despropositada”.
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Economia Subconcessões
“É absolutamente grotesca, infeliz e despropositada a arrogância subjacente a este tipo de juízos insensatos e atentatórios da dignidade e do profissionalismo de um Centro de Produção exemplar a todos os títulos”, referem os trabalhadores da RTP/Porto, em comunicado hoje divulgado.
A crítica surge em resposta às declarações de Hugo Andrade na edição desta semana da revista Notícias TV, onde refere que “as características das equipas do Porto são executivas e não criativas”.
Os trabalhadores dizem ter evitado, até ao momento, “criar clivagens internas” mas “a desconsideração de que os trabalhadores do Porto foram vítimas” na referida entrevista, leva à “indignação e a um forte repúdio”.
A Subcomissão de Trabalhardes do Porto faz questão de lembrar que foi a partir das instalações situadas em Gaia que nasceram as programações matinais, mantidas “por cerca de 30 anos”, Bom Dia Portugal, Praça da Alegria e Jornal da Tarde.
“Nós (no Porto) criámos o Portugal no Coração, o primeiro programa do género nas grelhas da tarde. Nós (no Porto) criámos o conceito de emissões regionais, com o País-País, o embrião do atual Portugal em direto. “Nós” (no Porto) criámos as primeiras emissões internacionais, na altura, gravadas e enviadas por satélite”, recordam.
Destacam ainda terem sido os profissionais do Porto a criar a RTP-Informação, “formação através do projeto Academia” e “alguns dos melhores profissionais de informação e entretenimento em Portugal”.
“Nós (no Porto) orgulhamo-nos, sobretudo, de, ao longo do tempo, termos ajudado a criar, com gosto e dedicação, os fundamentos de um Serviço Público de proximidade reconhecido e prestigiado”, salientam.
Em meados de julho, a Subcomissão de Trabalhadores da RTP/Porto mostrou-se apreensiva face ao futuro, lamentando que as “promessas” da administração não se tenham concretizado, enquanto a empresa disse manter-se comprometida com o Centro de Produção do Norte.
Num comunicado intitulado “Promessas de inverno, amores de verão”, os trabalhadores da RTP/Porto lembraram que, na sequência da transferência da produção do programa “Praça da Alegria” para Lisboa, a administração da estação pública fez “uma série de promessas”, entre as quais que “a produção própria para a RTP2 seria integralmente assegurada a partir do Porto”.
Hoje, voltam a lamentar a falta de cumprimento das ditas “promessas” que têm assistido a um “parto muito difícil” e o desconhecimento das ações a serem tomadas quanto a programas como o “Portugal Aqui Tão Perto”.
Sobre o “Praça da Alegria”, denunciam que o mesmo “está basicamente entregue a produção em outsourcing” e que “apenas elementos das equipas técnicas e de infraestruturas são da casa”, tal como “os trabalhadores da RTP Porto sempre disseram que iria acontecer”.
Em julho, fonte oficial da RTP afirmou, em resposta escrita enviada à Lusa, que a empresa “mantém a aposta e o compromisso em relação à RTP/Porto” e que se está “a trabalhar no sentido de valorizar e rentabilizar as instalações”, por acreditar “firmemente na importância, capacidade e competências das equipas” da estação pública.
A Lusa tentou obter reação do diretor de Programas da RTP às críticas da Subcomissão de Trabalhadores do Porto, mas tal não foi possível até ao momento.
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