O FC Porto precisou de sofrer (e de que maneira...) para regressar aos triunfos na I Liga, este sábado, sorrindo na deslocação a Guimarães, com um triunfo frente ao Vitória SC (1-2), alcançado, claro, através de uma reviravolta à moda de... (Chico) Conceição.

A primeira parte foi de sentido único e o resultado ao intervalo (1-1) era enganador para o que se tinha passado dentro das quatro linhas. O conjunto de Álvaro Pacheco foi 'mandão' e chegou à vantagem, aos 17 minutos, numa recarga de André Silva (17'), após defesa de Diogo Costa numa grande penalidade, numa altura em que o primeiro-ministro António Costa falava ao país devido às mais recentes polémicas governamentais.

E por falar no guarda-redes do FC Porto, Sérgio Conceição bem lhe podia agradecer por ter aguentado a equipa a perder pela margem mínima, sobretudo durante o período de maior sufoco dos vimaranenses. Jota Silva, André Silva e Ricardo Mangas permitiram uma mão cheia de defesas ao internacional português, com o técnico dos azuis e brancos em claro estado de fúria.

A verdade é que, ainda antes do apito para o descanso, Zaidu apareceu de forma surpreendente na grande área para, de cabeça, corresponder a um cruzamento de Francisco Conceição (39'), contra a corrente de jogo, fazendo lembrar a velha máxima "quem não marca, sofre".

O intervalo fez bem à equipa de Sérgio Conceição - que viu o Vitória SC terminar o jogo com o dobro de remates e ocasiões de perigo -, de tal forma que, em cima da gora de jogo, Francisco Conceição aproveitou um erro defensivo do adversário para 'carimbar' a reviravolta no encontro, com um balde de água gelada sobre os mais de 20 mil adeptos vimaranenses presentes no Estádio D. Afonso Henriques.

Até ao apito final, o Vitória SC não desistiu de lutar pelo empate, mas não há dúvidas de que a equipa que foi melhor em campo - como vincou Álvaro Pacheco - sentiu o impacto da reviravolta, algo que revelou ser letal para que o FC Porto reagisse ao mais recente desaire no campeonato, frente ao Estoril (0-1).

O FC Porto iguala, assim, o Benfica, na segunda posição, com 25 pontos, atrás do líder Sporting, com 28, precisamente antes do dérbi entre os dois rivais, este domingo, na Luz - jogo que Sérgio Conceição garantiu que irá assistir. Já o Vitória SC cai para o sexto posto, com 19 pontos, atrás de Sporting de Braga e Moreirense.

Vamos então às notas da partida:

Figura

Diogo Costa defendeu tudo o que era possível defender e a verdade é que o FC Porto só saiu de Guimarães a sorrir graças ao internacional português. A começar pela grande penalidade (cuja recarga não conseguiu travar) e a 'acabar' numa mão cheia de defesas no primeiro tempo, Diogo Costa 'espelhou' o motivo de ser considerado um dos melhores talentos nacionais. Já depois da reviravolta da sua equipa, o guardião luso foi chamado a intervir para evitar o empate e a sua tranquilidade em campo - no meio do caos - disse tudo.

Surpresa

Francisco Conceição terá surpreendido alguns ao entrar para o onze, sobretudo face à ausência de Evanilson, mas a verdade é que viria a ser uma aposta acertada. Apesar do mau arranque da sua equipa, o jovem avançado 'inventou' uma assistência para o golo de Zaidu, a dar o empate de Guimarães, responsabilizando-se ainda por assinar a reviravolta, em cima da hora de jogo. Entre a 'turbulência' e a perspicácia, o filho de Sérgio Conceição deixou a sua marca bem vincada no jogo... e no resultado.

Desilusão

Tomás Ribeiro já ajudou a defesa do Vitória SC a garantir muitos pontos na presente temporada, porém, quando menos se esperava, acabou por somar um erro crucial para o desfecho da partida. O central de 24 anos 'pecou' ao aliviar uma bola, sem qualquer tipo de pressão, permitindo que Evanilson assistisse Chico Conceição para o golo da reviravolta. De resto, Tomás Ribeiro nem fez um má exibição, apesar de um ou outro duelo perdido.

Treinadores

Álvaro Pacheco fez apenas duas alterações em relação ao último onze, com as entradas de Borevkovic e Miguel Maga para os lugares de Manu Silva e Bruno Gaspar, este último de forma 'forçada' devido a lesão, mas a equipa cumpriu o que tinha pedido na antevisão: ser 'mandona'. A primeira parte foi a ilustração disso, até que veio a reviravolta a 'ferir' as ambições dos homens de Guimarães. As substituições aconteceram apenas dentro dos últimos 15 minutos, mas o resultado não se alterou.

Sérgio Conceição surgiu visivelmente irritado durante todo o período em que o FC Porto esteve em desvantagem e a verdade é que... tinha razões para isso. A defensiva dos dragões parecia estar 'apática' com a fluidez ofensiva do Vitória SC e bem podia agradecer a Diogo Costa por ter permitido apenas um golo ao adversário. O golo do empate deu outro alento à partida e as alterações de Sérgio Conceição no segundo tempo revelaram ser estratégicas para 'atenuar' os estragos da primeira metade.

Árbitro

Nuno Almeida protagonizou uma arbitragem segura num ambiente sempre difícil, sendo que o lance de maior dúvida terá surgido quando Pepe pediu penálti, aos 50 minutos, por alegada falta de Ricardo Mangas. O árbitro de 48 anos não precisou de ir ao vídeoárbitro para rever qualquer lance, pelo que as suas decisões tomadas em campo acabaram por ser validadas pelo VAR.

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