Tribunal russo diz que americano detido causou "danos significativos"
Soldado norte-americano detido recentemente na Rússia foi identificado como Gordon Black.
© Gordon Black Via Facebook/via REUTERS
Mundo Rússia
Um tribunal russo defendeu que o soldado norte-americano detido, na semana passada, em Vladivostoque, no Extremo Oriente da Rússia, causou "danos significativos" à alegada vítima.
Ao declarar a sua detenção até 2 de julho, o tribunal distrital de Pervomaysky, em Vladivostoque, justificou a medida preventiva com o facto de o soldado, identificado como Gordon Black, ter "roubado secretamente os bens da cidadã T., causando-lhe danos significativos", refere uma declaração, citada pela Reuters.
"Ao escolher a medida preventiva sob a forma de detenção, o tribunal chegou à conclusão de que o cidadão americano B. (Black) - sob o peso das acusações - poderia esconder-se das autoridades de investigação preliminar e do tribunal para evitar responsabilidades", afirmou o tribunal.
O Ministério do Interior russo em Vladivostoque disse, na terça-feira, que uma mulher de 32 anos tinha apresentado uma queixa contra o suspeito de 34 anos.
Os dois tinham-se conhecido na Coreia do Sul e o norte-americano viajou para a Rússia para visitá-la. No entanto, os dois terão discutido e, mais tarde, ela apresentou queixa na polícia acusando-o de roubo de dinheiro. O militar foi detido num hotel local, depois de ter comprado um bilhete de avião para regressar a casa.
O Pentágono disse que, antes da sua detenção na Rússia, Black não só violou as regras do Exército ao viajar para a Rússia sem autorização, como o fez depois de passar pela China.
A Administração norte-americana afirmou estar "a acompanhar" a situação do soldado.
Nos últimos anos, vários cidadãos norte-americanos foram detidos e condenados a longas penas de prisão na Rússia.
Washington, que apoia militar e financeiramente a Ucrânia contra o Exército russo acusa Moscovo de querer trocar os prisioneiros norte-americanos por cidadão russos detidos nos Estados Unidos.
Evan Gershkovich, repórter do Wall Street Journal e antigo correspondente da Agência France Presse em Moscovo, foi detido pelos serviços de segurança russos (FSB) durante uma reportagem nos Urais, em março de 2023.
O jornalista, cidadão norte-americano, é acusado de espionagem e pode ser sentenciado a 20 anos de cadeia.
Uma pena tão severa nunca foi aplicada a um jornalista estrangeiro desde o fim da União Soviética, no início dos anos 1990.
O jornalista rejeita as acusações, tal como as autoridades dos Estados Unidos e o jornal para onde trabalha.
A Rússia nunca fundamentou as acusações nem apresentou publicamente provas sobre este caso.
Todo o processo foi classificado como secreto.
A jornalista russo-americana Alsu Kurmasheva, que trabalha para a Radio Free Europe/Radio Liberty (RFE/RL), está detida desde outubro de 2023 por não se ter registado formalmente no país, tal como é exigido pelas autoridades russas.
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