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Migrações? Vala comum com 65 corpos de pessoas encontrada na Líbia

Uma vala comum com 65 cadáveres de migrantes foi descoberta no sudoeste da Líbia, anunciou hoje a Organização Internacional para as Migrações (OIM), referindo desconhecer as circunstâncias das mortes mas acreditar terem decorrido na passagem pelo deserto.

Migrações? Vala comum com 65 corpos de pessoas encontrada na Líbia
Notícias ao Minuto

15:38 - 22/03/24 por Lusa

Mundo Migrações

Admitindo estar "profundamente chocada e alarmada" com a descoberta da vala comum, a OIM sublinha, em comunicado hoje divulgado, que "esta tragédia realça a necessidade urgente de enfrentar os desafios da migração irregular, nomeadamente através de uma resposta coordenada ao contrabando de migrantes e ao tráfico de pessoas".

Sem a criação de vias regulares "que proporcionem oportunidades para a migração legal, tais tragédias continuarão a ser uma característica ao longo desta rota".

A Líbia faz parte da chamada rota migratória do Mediterrâneo Central, cujos pontos de partida são também a Argélia e a Tunísia e o objetivo é chegar à Europa, nomeadamente através da Itália e de Malta.

A grande maioria, no entanto, transita pela Líbia, o que contribuiu para o desenvolvimento de redes bem estabelecidas e resilientes de passadores e traficantes naquele país.

De acordo com o Projeto Migrantes Desaparecidos, pelo menos 3.129 mortes e desaparecimentos foram registados em 2023 ao longo da rota do Mediterrâneo, sem incluir este último incidente.

Segundo a agência da ONU para as migrações, as autoridades líbias estão a investigar as circunstâncias das mortes dos corpos encontrados, tendo a OIM apelado para que "garantam uma recuperação digna e a identificação e transferência dos restos mortais dos migrantes falecidos", além de "notificarem e ajudarem adequadamente" as famílias.

A organização pediu ainda a todos os governos e autoridades ao longo da rota para que "reforcem a cooperação regional" a fim de "garantir a segurança e proteção dos migrantes", independentemente do seu estatuto e em todas as fases das suas viagens.

A OIM está presente na Líbia, onde presta ajuda humanitária aos mais vulneráveis e capacita os intervenientes para atividades de busca e salvamento, nomeadamente no deserto.

"Cada relato de desaparecimento de um migrante ou de perda de uma vida representa uma família enlutada que procura respostas sobre os seus entes queridos ou enfrenta a tragédia da perda", disse um porta-voz da OIM, citado no comunicado.

"O custo de ações inadequadas é evidente no aumento das mortes humanas e nas condições perturbadoras em que os migrantes se encontram", concluiu.

Os perigos para os migrantes que atravessam a Líbia surgem em todos os pontos, desde a travessia no deserto muitas vezes sem água e descanso adequados até aos maus-tratos nos centros de detenção.

No ano passado, 15.791 migrantes foram intercetados no Mediterrâneo e devolvidos à Líbia, apesar de várias organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos denunciarem regularmente abusos e maus-tratos contra requerentes de asilo e migrantes em centros de detenção de Tripoli, a capital da Líbia, onde milhares de pessoas são detidas arbitrariamente.

Em 2021, um total de 32.425 migrantes foram devolvidos à Líbia, e em 2022 foram 24.684, segundo dados da OIM, que estima que mais de 700 mil migrantes de cerca de 40 nacionalidades residam neste país do norte de África.

Leia Também: Uma centena de migrantes tenta entrar na Europa através de Gavdos

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