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Sudão. Líder paramilitar diz que deu ordens para não intervir no Darfur

O líder do grupo paramilitar sudanês Forças de Apoio Rápido (RSF) garantiu hoje que deu instruções às suas tropas para não intervirem no "conflito tribal" em Al Geneina, no Darfur, palco de milhares de mortes desde abril.

Sudão. Líder paramilitar diz que deu ordens para não intervir no Darfur
Notícias ao Minuto

17:33 - 20/06/23 por Lusa

Mundo Sudão

"Devido ao conflito tribal em Al Geneina, instruímos as nossas forças lá para não intervirem e manterem as suas posições", escreveu Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como 'Hemedti', numa mensagem de voz na rede social Twitter, o que confirma também que continua vivo, escreve a agência Efe.

Nos últimos dias, vários analistas, observadores e organizações internacionais, como as Nações Unidas, alertaram para o aumento da violência na região, especialmente nesta cidade, onde se crê que centenas de pessoas tenham morrido por motivos étnicos, relançando as preocupações sobre a repetição dos massacres étnicos de 2003 e 2008, quando o Darfur foi cenário de morte de pelo menos 300 mil pessoas.

Nesses anos, as tropas sudanesas e as milícias afiliadas cometeram crimes contra a Humanidade e genocídio, de acordo com o Tribunal Penal Internacional.

Na segunda-feira, a organização Amnistia Internacional alertou para "homicídios seletivos por motivos étnicos" contra a população não árabe no Darfur Ocidental e acusou diretamente as RSF (na sigla em inglês) e as milícias árabes aliadas de cometerem crimes, aproveitando a guerra contra o exército sudanês.

'Hemedti' negou a autoria de qualquer crime e disse que a responsabilidade pela "morte, destruição, caos e incêndios de habitações" era da unidade de Inteligência do Exército.

A escalada da violência na região atingiu o ponto mais alto na passada quarta-feira, quando milícias apoiantes das RSF, segundo o exército, assassinaram o governador do Darfur Ocidental, Jamis Abdala Abkar, embora o grupo paramilitar rejeite qualquer envolvimento no homicídio.

A Organização Mundial de Saúde, citando números do Ministério da Saúde do Sudão, estima que pelo menos 1.173 civis tenham morrido e mais de 11.700 pessoas tenham ficado feridas desde que a violência estalou, em 15 de abril, neste país africano.

Mais de dois milhões de sudaneses estão deslocados devido às hostilidades, incluindo meio milhão de refugiados que procuraram segurança nos países vizinhos.

Leia Também: Sudão. Mais de 500.000 pessoas fugiram do país e 2 milhões são deslocados

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