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Biden marca festa judaica com alerta contra crescimento de antissemitismo

O presidente norte-americano recordou que "silêncio é cumplicidade" no que diz respeito a ataques de ódio, seja contra judeus ou contra qualquer minoria étnica.

Biden marca festa judaica com alerta contra crescimento de antissemitismo

O presidente norte-americano marcou na segunda-feira o início do Chanucá com uma cerimónia na Casa Branca, na qual assinalou o crescimento do antissimitismo no país e no mundo e apelou a um combate mais atento contra o ódio.

Biden salientou que "este ano, o Chanucá chega no meio de um crescente e revigorado antissemitismo em casa e no mundo", afirmando que "o silêncio é cumplicidade".

"Reconheço o vosso medo, a vossa dor, a vossa preocupação que este veneno se torne demasiado normal. Não ficarei em silêncio. Os Estados Unidos não ficarão em silêncio", realçou, citado pela Associated Press.

A comemoração em causa é o Chanucá (em inglês 'Hanukkah' e em hebraico 'חֲנֻכָּה‎'), ou Festa das Luzes, não é considerada como uma das principais comemorações em termos religiosos; mas, nos Estados Unidos, devido à grande comunidade judaica e à proximidade com o Natal cristão, o período acabou por ganhar uma preponderância maior.

Biden disse também que "o antissemitismo e todas as formas de ódio e violência no país não têm um porto seguro".

Segundo dados da Liga de Anti-difamação norte-americana, um grupo de proteção da comunidade judaica, foram registados mais de 2.700 ataques antissemitas (desde roubos, a assédio ou vandalismo de locais judaicos), um aumento de 34% em relação ao ano anterior.

Este ano, o Chanucá surge numa altura em que a política norte-americana, especialmente do lado dos conservadores, tenta lidar com episódios extremamente antissemitas envolvendo o rapper e candidato presidencial Kanye West (ou Ye). West tornou-se num dos principais rostos do antissemitismo norte-americano, criando fortes ligações com Nic Fuentes, um conhecido negacionista do Holocausto e promotor de teorias da conspiração extremamente racistas e violentas.

A série de episódios antissemitas de Kanye West culminou com a presença num programa em que disse amar Adolf Hitler, seguido de publicar uma fotografia antissemita no Twitter - algo que lhe valeu uma suspensão permanente da plataforma.

Por falar no Twitter, a rede social agora administrada pelo bilionário Elon Musk tem assistido a um aumento exponencial do discurso de ódio e do antissemitismo, depois de Musk ter despedido uma grande maioria dos trabalhadores responsáveis pela gestão de conteúdos violentos e odiosos.

Nos Estados Unidos, outra personalidade que procurou legitimar também ataques contra a comunidade judaica foi o basquetebolista Kyrie Irving. O atleta dos Brooklyn Nets já tinha causado polémica em 2021 ao recusar-se a ser vacinado (o que o impediu de participar em vários jogos) e, esta época, já foi suspenso e multado por uma série de comentários e publicações antissemitas.

A assistir à cerimónia esteve uma sobrevivente do Auschwitz, Bronia Brandman e a embaixadora dos Estados Unidos no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, Michele Taylor (ela própria filha de sobreviventes do Holocausto).

Esteve também presente um rabi, Charlie Cytron-Walker, que pediu à comunidade judaica nos Estados Unidos para se reunir em segurança durante os próximos tempos.

Leia Também: Papa alerta para "preocupante ressurgimento do antissemitismo" na Europa

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