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Ministros do Interior da UE discutem como evitar nova crise migratória

Os ministros do Interior da União Europeia celebram uma reunião presencial extraordinária na terça-feira, em Bruxelas, para discutir uma resposta coordenada à situação no Afeganistão que previna uma crise migratória como aquela causada em 2015 pela guerra na Síria.

Ministros do Interior da UE discutem como evitar nova crise migratória
Notícias ao Minuto

15:56 - 30/08/21 por Lusa

Mundo Afeganistão

Depois de uma videoconferência extraordinária realizada em 18 de agosto, três dias após os talibãs terem ocupado Cabul, os ministros responsáveis pelos Assuntos Internos dos 27, entre os quais o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, voltam a reunir-se para discutir a situação no Afeganistão, desta feita presencialmente, no dia que marca o fim do prazo para a retirada norte-americana do país, e quanto todos os restantes aliados já concluíram as operações de evacuação.

Antecipando o encontro dos 27, a presidência eslovena do Conselho da UE indicou que o objetivo é "coordenar a posição da UE sobre como responder ao potencial impacto da situação lá [no Afeganistão] na situação migratória e de segurança na UE", sendo objetivo da liderança semestral rotativa do Conselho a adoção de uma declaração comum por parte de todos os Estados-membros que assegure "uma abordagem concertada e comunicação coordenada".

"O objetivo passa também por desenvolver um conjunto de medidas que ajudem a prevenir a repetição do cenário de 2015, quando os Estados-membros enfrentaram uma brutal pressão migratória" da Síria, assumiu o ministro do Interior esloveno, Ales Rojs.

Muitos Estados-membros da UE já manifestaram disponibilidade para receber afegãos que fogem do país por receio de represálias dos talibãs, entre os quais Portugal, que já recebeu até ao momento um total de 61 refugiados afegãos, incluindo 36 retirados de Cabul nos últimos dias e que chegaram a Lisboa no fim de semana.

No final da videoconferência do passado dia 18, o ministro Eduardo Cabrita enfatizou que "Portugal tem tido sempre uma posição de participação ativa em processos quer de reinstalação, quer de recolocação", sustentando que é também importante nesta fase "criar condições para que, antes de mais, não exista uma onda de refugiados ou de migrantes", o que disse apenas ser possível com uma resposta coordenada a nível europeu, que os 27 tentarão então alcançar na terça-feira.

Numa entrevista concedida ao jornal italiano Corriere dela Sera, hoje publicada, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, defende que a gestão da situação passa também por uma cooperação reforçada e ajuda financeira "aos países limítrofes" do Afeganistão, já que "a capacidade de acolhimento da Europa tem limites", pelo que é necessário envolver os países vizinhos, à semelhança dos acordos que a UE fez com a Turquia há seis anos no quadro do conflito na Síria.

Além dos ministros dos 27, participarão no encontro representantes da Comissão Europeia, do Serviço Europeu de Ação Externa, da agência de guardas de fronteiras Frontex, da Europol, do gabinete de apoio ao Asilo e o coordenador da UE da luta contra o terrorismo.

A reunião tem início às 13:00 de Bruxelas, 12:00 de Lisboa, devendo prolongar-se até ao final da tarde do dia que assinala o fim da presença das forças internacionais no Afeganistão, decidido pelos Estados Unidos.

Ainda esta semana, o Afeganistão dominará outras duas reuniões ministeriais da UE, os conselhos informais de ministros da Defesa (entre quarta e quinta-feira) e dos ministros dos Negócios Estrangeiros (quinta e sexta-feira), que decorrerão na Eslovénia.

Os talibãs conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO, que se encontravam no país de 2001, na sequência do combate à Al-Qaida após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

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