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Mahmud Abbas adia primeiras eleições palestinianas em 15 anos

O presidente da Autoridade Palestiniana anunciou hoje (sexta-feira na Cisjordânia) o adiamento das primeiras eleições em 15 anos nos territórios palestinianos enquanto a realização do escrutínio não esteja "garantida" em Jerusalém Oriental, anexada por Israel.

Mahmud Abbas adia primeiras eleições palestinianas em 15 anos
Notícias ao Minuto

23:59 - 29/04/21 por Lusa

Mundo Eleições

"Decidimos adiar a data das eleições até que (...) o nosso povo possa exercer os seus direitos democráticos em Jerusalém", declarou Mahmud Abbas à saída de uma reunião da direção da Organização de Libertação da Palestina (OLP) sobre as legislativas previstas para 22 de maio.

Estas deveriam ser seguidas de eleições presidenciais, que estavam marcadas para o final de julho.

A decisão poupa ao fraturado partido de Abbas, a Fatah, outra derrota embaraçosa face ao partido islâmico Hamas, como era esperado, considera a agência noticiosa norte-americana Associated Press.

Duas listas candidatas às legislativas desafiam a Fatah do seu interior, as do opositor de longa data Mohammad Dahlane, exilado nos Emirados, e a do sobrinho do líder histórico Yasser Arafat, Nasser al-Kidwa.

Abbas disse ter recebido hoje uma carta de Israel, dizendo que não poderia tomar uma posição sobre as eleições porque ainda não tem um governo na sequência das legislativas do mês passado.

Segundo a AP, o adiamento da votação devido à questão de Jerusalém poder ser visto como um pretexto, dado que apenas um pequeno número de eleitores na cidade precisa realmente de autorização de Israel e vários candidatos sugeriram soluções alternativas.

O Hamas tinha rejeitado antes a ideia de adiar as eleições, defendendo que os palestinianos deveriam explorar formas de "forçar as eleições em Jerusalém sem a permissão de ou a coordenação com a ocupação". O movimento afirmou ainda que não daria "cobertura" a uma tal decisão e que a responsabilidade da mesma "caberá aos que a tomarem".

As últimas eleições de 2006 foram vencidas pelo Hamas, o que levou a um aumento da tensão com a Fatah e, depois de confrontos, o partido de Abbas teve de abandonar a Faixa de Gaza, que passou a ser controlada pelo movimento islâmico desde 2017. A Autoridade Palestiniana ficou com o governo da Cisjordânia ocupada.

Numa entrevista à agência France Presse na semana passada, o cabeça de lista do Hamas para as legislativas, Khalil al-Hayya, advertiu que um adiamento das eleições "empurraria o povo palestiniano para o desconhecido" e criaria "grande frustração", o que poderia levar a "reações graves".

Em Ramallah, onde está sediada a Autoridade Palestiniana, centenas de pessoas saíram à rua para denunciar qualquer adiamento das eleições, constatou um jornalista da AFP no local.

"Como jovens palestinianos, somos uma geração inteira sem saber o que significa eleições, (...) esta nova geração tem o direito de escolher os seus líderes e de fazer parte do processo de decisão", disse um dos manifestantes, Tariq Khudairi, 25 anos.

"É tempo de os jovens decidirem", adiantou, numa mensagem direta ao presidente Abbas, de 85 anos.

Leia Também: Eleições palestinianas realizam-se se Israel permitir votar em Jerusalém

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