"Empresas que moldarão o futuro possivelmente ainda não estão criadas"
O secretário de Estado da Indústria revela que é preciso apostar na formação para que as empresas em Portugal cresçam.
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Economia João Vasconcelos
João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria, assinalou o início de um novo ano civil com a divulgação de “três desafios que Portugal enfrenta no próximo ano”. Na plataforma Link to Leaders, o membro do Governo alerta para a necessidade de olhar para a lista de empresas da Fortune 500 de 2015, em que “só cerca de 10% têm mais de 50 anos”.
“Empresas que moldam a vida de milhões de pessoas em todo o mundo, como Airbnb, WhatsApp, Instagram, Uber, Dropbox ou Spotify, não existiam há 10 anos”, frisa o secretário de Estado, realçando que “as 20 maiores empresas que vão moldar o nosso futuro daqui a cinco ou dez anos, as que mais emprego irão criar, muito possivelmente ainda não foram criadas”.
Não há motivo nenhum para que algumas delas não possam surgir a partir de Portugal. É fundamental criarmos condições para apoiar as novas empresas.
Nesta senda, João Vasconcelos recorda o lançamento, em junho de 2016, de “uma estratégia para o empreendedorismo, chamada ‘Startup Portugal’. “Do seu conjunto de medidas, destaco os 400 milhões de euros em fundos de coinvestimento que se destinam a atrair para Portugal os melhores 'business angels' e os melhores capitais de risco de todo o mundo”, explica.
O secretário de Estado realça ainda que é necessário “atrair investidores que, mais do que capital, tragam 'know how' e mais ambição e inovação” às empresas.
Assim, relembra ainda o lançamento de um fundo de 200 milhões de euros que “permite a um investidor estrangeiro coinvestir com fundos públicos em startups portuguesas, sem que, para isso, tenha de criar uma entidade veículo em Portugal”.
O socialista propõe, como segunda ideia, “que Portugal se foque nos próximos anos, [na] digitalização da economia”.
“Um estudo da PwC apresentado no mês passado no Porto indica que vai subir de 32% para 86% a percentagem de empresas portuguesas que consideram que, nos próximos cinco anos, a sua atividade passará a ser eminentemente digital. Este é apenas um indicador que atesta que a revolução digital que nos rodeia é hoje absolutamente incontornável”, explica.
Neste sentido, e para que as empresas portuguesas estejam preparadas para tal, “o Governo tem estado, desde abril passado, a trabalhar com cerca de 100 empresas em grupos de trabalho para diferentes setores, como o Retalho, o Turismo, o Automóvel, os Moldes ou a Agroindústria”.
“Diversas das medidas resultantes já estão no terreno e contamos com a COTEC, a associação empresarial que, por excelência, está focada na inovação, para supervisionar o trabalho de implementação desta estratégia”, escreveu.
“A terceira ideia de que quero falar, tem a ver com a aposta no conhecimento. Sem formação, sem ensino, sem ciência, Portugal não poderá liderar em nenhuma das ambições que qualquer um detenha para o país. Já não há fronteiras para a forma como o conhecimento se incorpora nas novas indústrias e o mesmo irá suceder nos setores mais tradicionais”, realça o secretário de Estado sobre a relevância da educação.
Fala, assim, na necessidade de se pensar em “integração e partilha de conhecimento, nomeadamente com as entidades que detêm competências que podem ser úteis às empresas, de que são exemplos os centros tecnológicos, os politécnicos e as universidades”.
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