Porto. Regionalização será fator de desenvolvimento económico
O presidente da Associação Comercial do Porto (ACP) defendeu hoje que a regionalização vai funcionar como "fator de desenvolvimento do país" ao combater "entropias e burocracias" que atualmente estagnam o país, gerando "ganhos e poupanças" ao erário público.
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Economia Porto
Em declarações à Lusa, Nuno Botelho considerou que uma nova organização assente em regiões administrativas vai "potenciar" a região Norte de Portugal, salientando que, se "já assim é a zona mais exportadora do país, será muito mais se os instrumentos de decisão em áreas fundamentais estiverem próximos e forem, por isso, mais racionais".
Para aquele responsável, as comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) devem ter um "importante papel" na transição para "outras estruturas governativas obrigatoriamente legitimadas por eleições diretas".
"Quando nós olhamos para o desenvolvimento económico do país nos últimos 20 anos verificamos que o país está estagnado, e a solução passa por outro modelo de desenvolvimento. A regionalização em Portugal vai funcionar como fator de desenvolvimento económico ao aproximar os centros de decisão das empresas e dos cidadãos", defendeu.
Para Nuno Botelho, "a proximidade, o mais e melhor conhecimento dos problemas reais de cada região, a facilidade e rapidez de acesso aos centros de decisão que a regionalização permite vão acabar com muitas das entropias e burocracias que atividades económicas têm que lidar atualmente".
A ACP alertou que "o Terreiro do Paço fica longe, custa caro ter que estar sempre a lá ir e perde-se tempo", pelo que defende que a zona Norte do país "só terá a ganhar" com a reforma administrativa.
"Se nós tivermos em conta que somos uma região muito exportadora mas que para todas as decisões temos que ir a Lisboa, que são entidades lá sediadas, que não conhecem o terreno que decidem, e ainda assim somos uma região atrativa por excelência, há que pensar no que poderíamos ser se houvesse a tal proximidade e conhecimento do terreno na hora de decidir", disse.
Como exemplo, apontou "a sensibilidade para a necessidade de uma estrada que passa num determinado local, como a Estrada Nacional (EN) 14 entre a Trofa, Maia e Famalicão", mas que para quem está em Lisboa é uma questão que nada diz.
Nuno Botelho referiu ainda a gestão de questões de segurança, ou a cultura: "Quando geridos localmente percebemos que os problemas de segurança são resolvidos de outra maneira. Assim como quem conhece o terreno sabe que medidas pode tornar cada região mais atrativa culturalmente, criando competitividade e capacidade de atração", enumerou.
Quanto à nova reorganização, o responsável defendeu que as CCDR "são fundamentais numa fase transitória", mas que devem ser criadas "entidades governativas" legitimadas por eleições diretas.
"Além de outras questões, o voto direto garante mais escrutínio, mais legitimidade de representação junto do governo central e uma maior responsabilização, e estas questões são fundamentais", referiu.
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