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"O que a Direita pede é: Apoiem-nos para vos diminuirmos os salários"

O economista comentou esta noite o Programa de Estabilidade e o Plano Nacional de Reformas.

"O que a Direita pede é: Apoiem-nos para vos diminuirmos os salários"
Notícias ao Minuto

23:51 - 22/04/16 por Zahra Jivá

Política Francisco Louçã

Francisco Louçã comentou, esta sexta-feira, no programa 'Tabu' da SIC Notícias o Programa de Estabilidade e o Plano Nacional de Reformas apresentados pelo Governo socialista. Pelo caminho, deixou um conselho ao primeiro-ministro relativamente à proposta do CDS de levar os dois documentos a Assembleia da República para votação. O envio de "uma caixa de flores ou de chocolates" para Assunção Cristas.

É verdade, o economista acredita que António Costa deve agradecer à atual líder do CDS. "Creio que por simpatia António Costa devia mandar uma caixa de flores ou chocolates para oferecer a Assunção Cristas porque [a proposta] dá uma esplêndida oportunidade sem nenhuma dificuldade de ter uma pequena moção de confiança no Parlamento", considerou, referindo-se ao apoio que o primeiro-ministro tem à Esquerda.

Relativamente ao Programa de Estabilidade, o comentador referiu que "é um documento um pouco diferente do projeto inicial que se conhecia". Aliás, isto surge num "contexto de grande pressão externa". Devido à opinião do Fundo Monetário Internacional (FMI) que "veio criticar as projeções do crescimento do PIB", não esquecendo "a OCDE que disse que queria que houvesse uma segunda vaga de reformas estruturais e a Comissão Europeia que teve uma intervenção atacando vários pontos da intenção do Governo".

"Acho que o Plano Nacional de Reformas é bastante mais sólido do que a primeira apresentação em resumo [powerpoint] que Costa fez. Algumas matérias não estão muito concretizadas mas é um plano a um prazo relativamente longo", explicou.

Ainda sobre a pressão externa, o antigo líder do Bloco de Esquerda deixou largos elogios ao primeiro-ministro, que "defendeu bem os compromissos que fez". "Foi muito claro e essa clareza é uma virtude", afirma, acrescentando que Costa foi "dizendo que se houvesse problemas não podia haver aumento do IVA, IRS".

Mas por que é que ele faz isso? "Para confirmar a solidez dos seus acordos com os partidos de Esquerda e porque ele percebe que há uma oportunidade". Oportunidade porque "as críticas dos partidos de Direita parecem pouco sólidas".

Francisco Louçã apontou a fragilidade da Direita "porque acusa as projeções [de António Costa] de ficção" mas isso "resulta da experiência governativa frágil" de Passos Coelho.

"As projeções que o PSD e CDS tinham para este ano que terminou era de um crescimento que era mais ou menos o dobro daquilo que ocorreu, era de um défice de 1% e foi de 4,4. E por isso mesmo, todas as projeções bateram errado durante este longo período da austeridade. Por isso houve sempre Orçamento retificativo. Portanto, a ideia da ficção parece pouco sólida vinda de quem se enganou tanto", adiantou.

O comentador terminou referindo que "os partidos de Direita que o criticam, fazem-no porque gostariam que houvesse mais austeridade. Ou seja, o que estão a pedir às pessoas é: apoiem o PSD e CDS porque gostávamos de vos diminuir os salários ou de não repor os salários. Obriga a Oposição a jogar numa indefinição política".

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