Quem manda no mundo? Durão e Guterres respondem
Ex-presidente da Comissão Europeia e o alto Comissário das Nações Unidas para os refugiados reuniram-se para debater questões relativas às comunidades internacionais.
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Política Debate
Esta noite, a RTP concebeu um debate entre Durão Barroso e António Guterres sobre as comunidades internacionais, sendo a pergunta de arranque ‘Quem manda no mundo?’.
O primeiro a ter a palavra foi António Guterres, candidato a secretário-geral das Nações Unidas, que considerou a actualidade como “um mundo que já nem é bipolar nem unipolar”, mas sim “relativamente caótico”, isto porque a “falta de clareza nas relações de força, faz com que a imprevisibilidade e a impunidade tendem a multiplicar-se”.
Se o problema é a primazia das forças económicas sobre as políticas, Durão Barroso rejeita perentoriamente essa ideia, dizendo que, na verdade, “ninguém manda no mundo hoje em dia”. “Ainda estamos a sofrer de alguma forma os efeitos da crise financeira, mas também é errado pensar que são os grandes grupos financeiros que mandam no mundo. Não há uma conspiração global”, acrescentou.
O ponto de concordância surgiu sobre uma realidade: “O crescimento das desigualdades”, fruto “tanto da globalização como da evolução tecnológica”. Partindo dessa premissa, o ex-presidente da Comissão Europeia acredita que essa discrepância entre ricos e pobres leva “o eleitorado a sentir-se cada vez mais zangado com essas desigualdades e acredite que os políticos estão cada vez mais distantes”. Essa falta de crença nas entidades representativas, diz, “leva a que haja um terreno propício para o populismo, para a xenofobia, para o nacionalismo e posições extremistas”.
“Não temos, nem nunca tivemos, uma governação global capaz de combater essas desigualdades. A capacidade de resolução e diminuição de conflitos está extremamente diminuída”, acrescentou o alto comissário das Nações Unidas.
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