PCP diz que novo concurso para STCP vai levar a "colapso" da empresa
O PCP do Porto alertou hoje que uma nova subconcessão da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) apenas serve para centrar o debate "numa falsa solução" porque em setembro o serviço da empresa vai entrar "em colapso".
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Política Subconcessões
Em comunicado, o PCP nota que, perante o estado da empresa "é expectável que em setembro" a taxa incumprimento de serviços "passe dos atuais 30% para mais de 50%", levando a que seja mais fácil aos utentes da STCP "atirar uma moeda ao ar e adivinhar qual dos seus lados fica virado para cima do que encontrar um autocarro que chegue a horas".
O PCP alerta que "o défice de motoristas" da STCP é de tal ordem que "com o fim das férias e o início do ano escolar, o serviço de transporte entrará em colapso", já que a empresa "está há mais de um ano em autogestão, sem objetivos nem visão estratégica para o futuro, aguardando a chegada de um concessionário para que seja esse a tomar decisões, mesmo as mais básicas".
"As declarações feitas por membros do Conselho Metropolitano do Porto em defesa de um concurso que afirmam pretender ser «diferente e melhor» contribuem apenas para centrar o debate público numa falsa solução, gerando ilusões junto daqueles que ainda possam acreditar na privatização como solução para os problemas existentes", observa a Direcção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP, em comunicado.
Para o PCP, "a intenção do Governo avançar com um novo concurso para a privatização da STCP e Metro do Porto -- seja em conjunto ou em separado -- irá agravar ainda mais os problemas", das empresas.
"Não se deve desperdiçar esta oportunidade para tomar as necessárias medidas de recuperação destas empresas e arrumar de vez com a intenção de as privatizar", defendem.
Para o PCP, a recente anulação do concurso para a subconcessão da STCP, em conjunto com a Metro do Porto, corresponde a um "fracasso do Governo" que "implicou prejuízos graves para as empresas públicas envolvidas, para os seus trabalhadores e utentes".
"A anulação do processo de subconcessão da STCP e Metro do Porto é, para já, uma derrota do Governo e do atual Conselho de Administração das empresas, pois configura o fracasso de um dos seus grandes objetivos: entregar aos grupos económicos e financeiros a prestação de um serviço de transportes públicos que serve milhões de utentes", observa o PCP.
Os comunistas classificam a anulação como "uma boa notícia para todos aqueles que lutaram para manter a STCP como uma empresa pública, prestadora de um serviço de transporte capaz de responder às necessidades dos seus utentes".
"Há, no entanto, conclusões a tirar deste processo, a mais significativa das quais é que apesar do Governo ter anulado este concurso, as consequências absolutamente desastrosas que daí resultaram para as empresas envolvidas -- Metro do Porto, EMEF e STCP -- não podem ser anuladas com a mesma facilidade", observa a DORP do PCP.
No dia 15, o coordenador do grupo de trabalho para os transportes na Área Metropolitana do Porto e autarca de Gondomar, Marco Martins (PS), criticou "os erros cometidos" no âmbito da subconcessão da Metro e STCP, desejando agora "concursos separados".
"Isto não é nada que há um ano os autarcas da Área Metropolitana do Porto (AMP) não se tenham fartado de avisar", disse à Lusa Marco Martins, comentando o desfecho do concurso público lançado em de agosto de 2014, cujo processo terminou com o consórcio catalão a não apresentar a garantia bancária necessária para assumir a operação da STCP, o que deverá levar à rescisão da subconcessão da Metro.
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