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Da Esquerda à Direita, políticos reagem a dia negro vivido em Alcochete

Jogadores do Sporting, o treinador Jorge Jesus e elementos da equipa técnica do clube leonino foram agredidos esta terça-feira na sua própria Academia, momentos antes do treino. Políticos reagem e condenam agressões das quais não há memória no futebol português.

Da Esquerda à Direita, políticos reagem a dia negro vivido em Alcochete
Notícias ao Minuto

08:28 - 16/05/18 por Melissa Lopes

Política Sporting

A tarde de terça-feira ficou manchada pela invasão de cerca de 50 indivíduos que, de cara tapada e armados, entraram pela Academia do Sporting em Alcochete, agredindo jogadores e equipa técnica que se encontrava no balneário, antes do treino marcado para aquela tarde.

O dia acabaria mesmo por ser considerado como o mais negro da história do Sporting e originou múltiplas reações de condenação e de repúdio, inclusive do Governo, tendo a secretária de Estado Adjunta da Administração Interna, Isabel Oneto, e o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo reagido em conferência de imprensa durante a tarde.

No campo político, muitos foram também os que usaram da palavra para condenar o terror vivido na Academia de Alcochete.

“Os sportinguistas não merecem o que está a acontecer. Nem o futebol português!”, escreveu o social-democrata Carlos Abreu Amorim, realçando: “Portugal, um dos países mais pacíficos do Mundo, não pode ser envergonhado com um espectáculo bárbaro como o da invasão do centro de estágio do Sporting”.

Hélder Amaral diz mesmo que o Sporting "foi vítima de um verdadeiro ataque terrorista e criminoso" e defende que tem de haver "mão pesada para os responsáveis, a todos os níveis". "Isto não é, e não pode ser, o Sporting", frisa. 

O líder da Juventude Popular, Francisco Rodrigues dos Santos, que diz não misturar emoções e ter decidido, desde que a política tomou conta de parte da sua vida, ser recatado na expressão clublística, interrompeu esse silêncio, assinalou no Facebook, “por razões imperiosas”. Assumindo-se como sportinguista, Francisco afirmou que “hoje falta ganhar novamente os valores de sempre para voltarmos vencer dentro de campo”. “Porque este não é o Sporting de que sou feito”, rematou.

“Tenho orgulho em ser do Sporting mas hoje, pela primeira vez, tenho vergonha em ser do mesmo clube de certos adeptos”, desabafou, por seu turno, Miguel Poiares Maduro, antigo ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional e ex-presidente do comité de governação da FIFA.

Mais comedido nas palavras, Santana Lopes, antigo presidente do clube, afirmou no seu espaço de comentário habitual, na SIC Notícias, que gostava que o presidente e a direção explicassem o que se passa com os jogadores e com o treinador. “Há aqui uma série de sinais que nós não percebemos", disse, não acreditando na hipótese de Bruno de Carvalho deixar o clube. Também Carlos César, presidente do PS e que integrou o Comité de Honra da candidatura de Bruno de Carvalho, se pronunciou no mesmo espaço de opinião televisivo, reprovando a conduta do líder que outrora apoiou.

Recorrendo igualmente à rede social Facebook, o socialista Porfírio Silva manifestou-se desagradado com as acontecimentos vividos em Alcochete. "Isto não é política, nem é futebol, nem é sociologia. É algo que muitos esquecem e não deviam: as estratégias de confrontação agressiva acabam sempre por escalar e por dar o palco aos piores dos violentos", escreveu.

Filipe Neto Brandão responsabiliza a "acefalia e conflitualidade estimuladas, desde há anos, por dirigentes desportivos e comentadores televisivos" pelo crescimento das condições para a violência no futebol. "Enquanto os energúmenos se dedicaram à agressão alheia, foram incompreensivelmente tolerados pelos 'seus' adeptos", escreveu o socialista, referindo-se aos responsáveis pelos acontecimentos de ontem como "criminosos". 

Do Bloco de Esquerda, Luís Monteiro, considera que o que se passou em Alcochete - “ainda que pareçam filmagens do Tarantino” - é o “culminar de um ambiente de guerrilha permanente”, que, para o bloquista, tem responsáveis. “Esse facto é criado por dirigentes, pela 'autorregulação' que tem falhado, pelos órgãos de comunicação social que incentivam e ampliam o fanatismo”, apontou o deputado.

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