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Queria ir e foi. 'Celeste dos Cravos' desfilou na Avenida (e há imagens)

Comemoram-se esta quinta-feira, 25 de abril, 50 anos desde que Celeste Caeiro deu um cravo vermelho a um soldado, tornando-se assim uma das protagonistas da Revolução.

Está a dias de completar 91 anos de vida, mas Celeste Caeiro não quis deixar de desfilar na Avenida da Liberdade esta quinta-feira, 25 de abril, dia em que se comemoram 50 anos da Revolução dos Cravos, a qual foi assim apelidada por que Celeste decidiu dar uma destas flores a um soldado.

Por estes dias, a neta Carolina afirmou que a avó Celeste fazia questão de participar no desfile pela liberdade, mas a sua saúde debilitada poderia não permitir, além de precisar de uma cadeira de rodas para se movimentar.

E 'voilá': Queria ir e foi. Apesar dos graves problemas de visão, de audição e de locomoção, a nonagenária marcou presença nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, acompanhada da neta, empunhando cravos nas mãos, um sorriso no rosto e esperança no olhar.

Esse momento emocionante ficou registado em imagens - que pode ver na fotogaleria acima.

"Para casa? Então está-se a dar uma Revolução..."

Nesse dia, contou, o 'self-service' em que trabalhava completava um ano. Estava prevista uma festa mas, à chegada, Celeste e os colegas foram informados pelos patrões de que o estabelecimento não iria abrir portas porque estava a acontecer um Golpe de Estado. O patrão, que tinha mandado comprar cravos para oferecer aos clientes e decorar o espaço, disse-lhes que levassem as flores.

Celeste pegou no seu ramo de cravos vermelhos e brancos e decidiu que não iria para casa. "Para casa? Então está-se a dar uma Revolução...", terá dito. Rumou ao Rossio para ver "o que há tanto tempo esperava que acontecesse".

"Quando cheguei à esquina, ali na Rua do Carmo, onde já passei hoje, estavam os tanques e os chaimites a irem para o Carmo", conta Celeste à CNN Portugal. 

Foi aí que perguntou a um soldado o que estavam ali a fazer e se precisava de alguma coisa. O soldado fez sinal de que "queria um cigarro" e Celeste deu-lhe antes um cravo, que o militar colocou no cano da arma - e distribuiu todos os outros pelos restantes soldados que levaram a cabo a operação militar para derrubar o regime de Salazar - acabando, assim, por se tornar uma das protagonistas da Revolução.

"Sugiro uma estátua da dona Celeste"

O líder do Livre, Rui Tavares, falou desta mulher, sugerindo a instalação de uma "estátua da dona Celeste". 

"Uma mulher comum portuguesa que inventou o mais belo símbolo revolucionário, que deu a volta ao mundo, e que deve ser celebrada", explicou Tavares.

Também o antigo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, referiu-se a Celeste, enquanto descia esta tarde a Avenida da Liberdade. "Só espero que consiga homenagear a senhora que foi a primeira a dar um cravo a um soldado", afirmou.

Leia Também: "Emotiva, expressiva". PS, BE, PCP e IL enaltecem participação no desfile

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