Carlos César, que fez parte da Comissão de Honra de Bruno de Carvalho, e Pedro Santana Lopes, ex-presidente do Sporting Clube de Portugal, abordaram no seu espaço de comentário na SIC Notícias aquele que já é denominado como o dia mais negro na história do clube.

Santana Lopes, que embora tenha dirigido os verde e brancos diz ser apenas um sócio normal atualmente, começou por contexualizar a situação e dizer que o Sporting não fica nada bem depois do sucedido.

"Não fica nada bem, isto é uma sucessão de acontecimentos, independentemente das responsabilidades, isto já vem andando desde a Assembleia Geral que foi convocada para um dia em que também foi posto em causa se a direção continuava ou não, no dia seguinte íamos jogar ao Estoril. Perdemos 2-0, foi inexplicável. Eu acho que foi aí que começámos a perder a luta pelo título", disse passando depois a analisar a presidência do Bruno de Carvalho.

"Eu até sou dos que entende que o presidente Bruno de Carvalho tem feito muitas coisas positivas. Ele fez algumas coisas bem feitas sem dúvida nenhuma. Puxou a moral dos sportinguistas para cima, encheu estádios. Faz muito bem aquele ambiente no estádio, trouxe o Sporting, mesmo desportivamente mais para cima. Não era fácil começar a ganhar títulos de repente", disse ressalvando o lado positivo de Bruno de Carvalho, abordando depois o mau ambiente vivido no seio do clube.

"Eu gostava era que o presidente e a direção explicassem o que se passa com os jogadores e com o treinador. Ouvi o presidente dizer que este fim de semana era muito importante no Marítimo, mas os sportinguistas depois não percebem porque é que ele não esteve lá com a equipa e esteve com o hóquei em patins no Porto. Há aqui uma série de sinais que nós não percebemos", explicou. Ainda para Santana Lopes "será muito difícil que Bruno de Carvalho abandone o seu lugar seja por que razões for".

Já Carlos César, que afirmou que não voltaria a integrar a Comissão de Honra de Bruno de Carvalho, defende que Bruno de Carvalho nunca está lá para apoiar, mas sim para "desmobilizar" setores vitais do clube. "Não, não voltaria. O que eu creio que tem acontecido nestes últimos meses é um estímulo constante, é a desordem interna. Declarações desprestigiantes do Sporting, desmobilizadoras de setores vitais para o sucesso do clube. O presidente do Sporting raramente está para estimular quando se tem uma derrota e raramente esteve para animar aqueles que precisam do seu impulso", desabafou o presidente do PS.

O socialista disse também que o Sporting viveu "uma crispação anti-desportiva" ao longo de toda a época e que a culpa disso "está centrada no seu presidente". "O futebol devia ser uma celebração da competitividade, uma homenagem aos vencidos, um momento de glória para os vencedores, como acontece na maior parte dos lugares. Em Portugal é um duelo de inimigos e até se pode dizer feito à faca", concluiu.